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A bem da Nação

DOS PREÇOS - 4

Sim, em Portugal, os preços são determinados… no estrangeiro!

Como assim?Pois assim:

  • Os preços de alguns cereais (milho, sobretudo) produzidos cá são os fixados pela Bolsa de Chicago. Como é isso possível sem total desprezo +elos nossos reais custos de produção e sem total desbragamento aduaneiro?
  • As costeletas do borrego neozelandês são as que mais frequentemente chegam às mesas portuguesas. Como é isso possível sem forte prática do «dumping»?
  • Os porcos espanhóis chegam ao Montijo mais baratos do que os criados localmente. Como é isso possível sem recurso à economia paralela na origem?
  • A quinquilharia chinesa chega às lojas portuguesas a preços imbatíveis por qualquer tentativa nacional de produção equivalente. Como é isso possível sem total desprezo pelos Direitos Humanos e do ambiente no naquela República?
  • «Et ceteris paribus» ao longo de outros capítulos da Pauta Aduaneira… Como é isso possível?

E, aqui chegados, põe-se a questão de saber como «dar a volta por cima» ao problema.

Resposta: começando por perguntar cá quanto vale certa mercadoria,  hoje e dentro de algum temo. E assim se ensaia o funcionamento de uma Bolsa de Mercadorias com produtos reais e  onde se «fale» de produtos normalizados (standard) reais (já existentes) ou que só venham a ser produzidos depois de obtida uma cotação satisfatória para a oferta e para a procura. Perguntas feitas e respostas obtidas anonimamente à dita Bolsa que divulga todos os lances de «Compra», «Venda» e de «Efectuado». Quando este acordo é alcançado, é emitido um contrato ao abrigo do qual Fulano se compromete a entregar a  Beltrano no prazo p  uma certa quantidade da mercadoria M ao preço P.   Estes documentos são endossáveis e descontáveis assim se criando um mercado secundário onde a especulação bolsista dá largas à compra na baixa e à venda na alta assim trazendo ao mercado muito mais operadores do que aqueles que estão efectivamente interessados nas mercadorias reais.

Diluídos no meio da multidão, os antigos manipuladores do mercado perdem o controlo da situação e são confrontados com a necessidade de seguirem os preços cotados ou não chegarem a ver a mercadoria.

Na Idade Média, os vendedores e os compradores tinham que se deslocar à Bolsa (de Amesterdão, p. ex.) mas na actualidade basta consultarem a Internet e darem as respectivas ordens de compra ou venda ao seu próprio agente, um «Corrector de Bolsa» devidamente credenciado e especialista em toda aquela matéria. A sofisticação dos mercados modernos faz com que os Correctores apresentem aos respectivos clientes «pacotes» de aplicações em derivados de futuros.

O risco consiste na diferença entre os valores investidos e a cotação global desses pacotes na data do respectivo vencimento. Mas este risco já ocorre numa esfera diferente da do produtor que só assumiu custos com a produção depois de anular incertezas ao aceitar um preço da sua conveniência. O risco é assim transferido para quem joga na especulação bolsista.

E reconheçamos, contudo, que é esta especulação que atrai aos mercados uma significativa massa crítica de agentes que permite o anonimato do confronto das forças de mercado e a formação de preços sem abusos de posição dominante.

Resta tratarmos dos excessos.

(continua)

Fevereiro de 2023

Henrique Salles da Fonseca

NOTA PS: Para melhores esclarecimento de dúvidas, consultar a Internet por «Bolsa de Mercadorias» e por «Bolsa de São Paulo»

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