DO ORIGINAL E DO NORMAL
Sejamos normais, não queiramos dar nas vistas pela originalidade.
Abordar temas normais por vias originais, só pela originalidade, com muita probabilidade, produzirá resultados anómalos, possivelmente incontroláveis e incómodos.
E mais vale também abordar temas originais por vias normais, verificarmos a plausibilidade do resultado e deixarmos o «pó» assentar até que novas abordagens se revelem tempestivas e não tempestuosas. Entretanto, depois de amadurecido, o tema deixa de ser original e passa, então e só então, a merecer, sob muitas cautelas, abordagens originais.
Vem ao caso lembrar Karl Popper e a sua esquematização do método científico: observação > experiência > observação >experiência … até se encontrar a verdade que é um ponto no infinito.
Não será pelo desprezo da normalidade que se alcançará a verdade, apenas se incorrerá no caos.
Sejamos, pois, normais e deixemo-nos de originalidades potencialmente caóticas. A História que o diga relativamente ao determinismo histórico marxista.
Março de 2024
Henrique Salles da Fonseca