DESABAFO CURTO E PREOCUPADO
A página 7 do DN publicado hoje (9NOV15) é a imagem do que se está a passar e que originou este desabafo.
Com efeito no lado esquerdo tem a comparação dos pontos essenciais das duas propostas em confronto no Parlamento e no lado direito tem um artigo do Prof. Soromenho Marques onde vem claramente exposta a dimensão da desastrosa gestão a que Portugal esteve sujeito desde a nossa adesão à CE e ao Euro.
Ora a questão de fundo da nossa economia é a baixa competitividade e portanto também a baixa produtividade global em grande parte por falta de capitais aplicados em produção e na própria banca nacional e assim dependermos demais de capitais externos.
Depois de Abril de 74 verificou-se um ataque feroz ao capital privado, que nunca foi devidamente corrigido mas até agravado durante e depois do governo do Prof. Cavaco Silva, o que tem prejudicado fortemente a nossa recuperação económica. No entanto como se tem verificado haver aumentos nas exportações e no turismo, provavelmente mais por actuação dinâmica das empresas que por acções dos governos, convirá conhecer as razões pelas quais o PIB não cresce como parece que devia crescer.
Sem esquecer o facto de se terem “privatizado” várias empresas lucrativas cujos dividendos passaram a ser distribuídos para accionistas estrangeiros o que não só diminui a nossa riqueza global mas ainda por cima destrói a nossa independência económica. E esta solução não era a única a adoptar, mas foi a mais fácil e mais interessante para os intermediários…
Pois bem nas listas apresentadas no lado esquerdo da página do DN nem uma palavra sobre como aumentar o nosso desenvolvimento económico, isto é, a nossa criação de riqueza sem a qual não pode haver melhoria de vida para a população. Incluindo a explicação porque há projectos que permitiriam criar milhares de postos de trabalho que estão à espera de decisão de governantes e de autarcas e nada acontece de positivo.
É pois forçoso de uma vez por todas aceitar e praticar a gestão do País que aumente a riqueza e saiba distribui-la, para evitar a tendência mórbida do neoliberalismo em curso de aumentar as enormes diferenças de rendimentos que se verificam nos países mais avançados, como é exemplo os EUA, acompanhadas pela destruição da classe média.
Lisboa, 9 de Novembro de 2015