LIDO COM INTERESSE - 83
Título - «AS PONTES DE MADISON KOUNTY»
Autor - Robert James Waller
Editora - SELECÇÕES DO LIVRO
Edição - 1ª, Agosto de 1997
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Para não estragar leituras futuras, recorro à sinopse do filme (não a do livro) que encontrei na Internet:
«As pontes de Madison County» é a história de Robert Kincaid, fotógrafo famoso e de Francesca Johnson, mulher de um agricultor do Iowa.
Kincaid, de 52 anos, é fotógrafo da National Geographic — um estranho e quase místico viajante dos desertos asiáticos, dos rios longínquos, das cidades antigas, um homem que se sente em desarmonia com o seu tempo. Francesca, de 45 anos, noiva italiana do pós-guerra, vive nas colinas do Iowa com as memórias ainda vivas dos seus sonhos de juventude. Qualquer deles tem uma vida estável, e no entanto, quando Robert Kincaid atravessa o calor e o pó de um Verão do Iowa e chega à quinta dela em busca de informações, essa estabilidade desaba e as suas vidas entrelaçam-se numa experiência de invulgar e estonteante beleza, que os marcará para todo o sempre.
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Mas não resisto a transcrever algumas frases que chamaram a minha atenção…
Ela desejou-lhe comboios a vapor a sair de estações no Inverno. (pág. 196)
Está-se sempre a lidar com os mercados e os mercados, que são mercados de massas, destinam-se a satisfazer gostos medianos. (…) O mercado mata mais paixão artística do que qualquer outra coisa. É um mundo de segurança para a maioria das pessoas. Querem segurança, as revistas e fabricantes dão-lhes segurança, dão-lhes homogeneidade, dão-lhes o familiar e confortável, não os desafiam. (pág. 220)
- Chamam a isto um prado ou pastagem? – perguntou ele e ela respondeu que era uma pastagem alertando-o para ter cuidado com as bostas. E ele, de apaixonado que estava, achou que nas palavras dela até a bosta da vaca era uma inspiração de grande romantismo… (pág. 223)
(…) vinte minutos intensos do tipo que só os soldados, cirurgiões e fotógrafos compreendem. (pág. 230)
Com o tempo, os computadores e os robôs ficam com o poder. Os humanos ocupar-se-ão dessas máquinas mas isso não requer coragem nem força, nem qualquer característica semelhante. Nós renunciámos à nossa liberdade de acção, organizámo-nos, abafámo-nos, abafámos as nossas emoções. Há a eficácia, a produção e todos os outros conceitos artificiais. Juntamente com a liberdade de acção, desaparece o «cowboy», ao mesmo tempo que o leão-da-montanha e o lobo-cinzento. Não resta muito espaço para os viajantes.
(…) as hormonas masculinas são a causa derradeira da discórdia neste planeta. Uma coisa era dominar outra tribo ou outro guerreiro. Outra é possuir mísseis e destruir a Natureza da maneira que estamos a fazê-lo. Temos de sublimar de alguma maneira essas hormonas masculinas, ou pelo menos controlá-las. (pág. 245)
Vivo com pó no coração. (pág. 264)
Novembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca
(algures em Yogyakarta, Indonésia, SET18)