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A bem da Nação

DAS RELAÇÕES E DO TEMPO

Diz-se que uma relação é biunívoca quando cada um dos dois (e, por isso, bi) elementos se relaciona essencialmente com o outro. Ou seja, nenhum dos elementos existe sem o outro. No mesmo grau de intimidade, admitamos a existência de relações pluriunívocas.

Matematicamente, ambos os tipos de relações descritas são igualdades sendo que na biunivocidade podemos imaginar uma equação e na pluriunivocidade podemos imaginar uma matriz ou determinante.  

Até aqui, tudo é instantâneo, o tempo não vem à colação. Mas se introduzirmos o factor tempo, já a relação passa a sucessiva e podemos deparar-nos com questões darwinescas. Ou seja, as relações abandonam a univocidade (relação essencial) e passam para o campo das sucessões (influência genética, lógica., legal…).

Passemos a um caso concreto: é a cultura (instrução, educação

formação) que promove o desenvolvimento económico ou vice-versa?

Antes do mais, explicitemos os conceitos «cultura» e «desenvolvimento económico» neste primeiro quarto do séc. XXI.

CULTURA – diz-se que uma sociedade (Nação ou País) é culta quando se encontra no quartil mais elevado desse parâmetro do PNUD, ou seja, quando não existe analfabetismo, toda a população em idade activa concluiu o ensino obrigatório (em Portugal, o 9º ano), a maioria absoluta da população em idade activa completou o secundário superior (12º) e mais de metade dessa população tem formação superior;

DESENVOLVIMENTO ECOMÓMICO – diz-se que uma sociedade ou país são desenvolvidos quando, no «benchmarking» mundial, se encontram no quartil mais elevado da OCDE.

Parametrizada a questão, salta à vista a existência duma multiplicidade de variáveis de complexa qualificação no que possa respeitar a uma relação causa-efeito. Não sendo meu propósito construir um modelo (nem sequer estático, quanto mais dinâmico) de mero interesse académico, sou levado a sugerir aos Investigadores matematizados que avancem na escalpelização de um modelo que eu próprio não ouso desbravar limitando-me, pelo contrário e, arrepiando caminho, pergunto-me se os políticos devem começar por acelerar o desenvolvimento económico para obterem mais cultura ou se devem instruir primeiro para receberem o desenvolvimento mais tarde.

Sempre fui adepto da prioridade das políticas de educação-instrução-formação, mas recentemente encontrei mentes ilustríssimas a pensar o contrário.

A minha opção inspira-se nos clássicos gtrgos e resulta de um silogismo composto por dois axiomas e uma conclusão:

. O progresso resulta da inovação

- O conhecimento é o motor da inovação

- Sem conhecimento não há progresso

 

Aguardo com interesse pela tese contrária.

 

Fevereiro de 2023

Henrique Salles da Fonseca

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