DA POLÍTICA, HOJE - 3
Holodomor – palavra ucraniana que significa algo como «holocausto pela fome» e foi praticado na Ucrânia por ordens de Staline entre 1931 e 1933 com o objectivo de exterminar a Nação Ucraniana. Terão morrido cerca de de milhões de pessoas. Os dramas terão sido tais que a palavra assumiu equivalências a antropofagia.
Existe em Kiev um museu «Memorial do Holodomor» que, admito sem grande esforço, não celebra a amizade entre a Ucrânia e a Rússia quer esta sovietizada quer oligarquizada.
A questão que apeteceria investigar seria a de tentar descortinar os motivos que conduzem a Nação Russa a deixar-se repetidamente liderar por verdadeiros inimigos das vontades populares, alguns deles verdadeiros facínoras. E não vasculho a História para ter a certea de não cometer a injustiça de me esquecer de nomear algum.
Tomando em conta o que os noticiários vão diariamente relatando, posso hoje admitir que Putin tenha desistido de ocupar toda a Ucrânia colocando um fantoche na Presidência e se tenha concentrado na parte leste do país. Hoje, isto parece ser assim mas… amanhã se verá… Contudo, o que é perene e fisicamente confirmável é o rasto de destruição de todo o que esteve ao alcance das tropas russas à distância imediata, próxima, média, longa e longuíssima. Para além da demora que necessariamente haverá na reconstrução imobiliária, nada se pode considerar a recato na Ucrânia enquanto Putin quiser.
Creio que, enquanto formos assistindo ao arrasamento do leste ucraniano, na reconstrução que for sendo possível na parte ocidental do país, o mais difícil de recuperar – se houver recuperação possível – será a metafísica mas, em compensação, uma das mais fáceis será a agricultura. Tudo, claro está, com a espada putiniana de Damocles assestada aos alvos que calharem no esmo destruidor.
Perante o que não parece possível calcular quando a paz regressa e a ameaça destruidora se esvai. Não certamente enquanto Putin esteja «com o dedo no botão» e enquanto o seu sucessor não der provas de serenidade memtal (e de sobriedade).
E como poderemos nós, Portugal, ajudar na reconstrução da Ucrânia?
Ora, nós temos em Beja um «elefante branco» sob a forma de um aeroporto peço que daqui sugiro ao nosso Governo que, enquanto o espaço aéreo ucraniano não for seguro, facilite a utilização daquela estrutura pela companhia aérea de bandeira ucraniana. O mesmo sugiro para base operacional dos super carguriros aéreos «Antonov».
Se a Base de Beja foi boa para os alemães durante a guerra fria e nem o Dr. Cunhal teve coragem no PREC para a atacar. Também agora na guerra quente a ex-Base poderá ser útil aos ucranianos e os autocratas (comunistas e da extrema direita) amigos de Putin não a atacarão pois isso seria um ataque à NATO.
Em plena e convicta NATO, 14 de Abril de 2022
Henrique Salles da Fonseca