CULTURA E ÉTICA
São três os elementos estruturantes de uma Cultura, de qualquer Cultura:
- O meio ambiente – compare-se o estilo esquimó com o do tuaregue e este factor explica-se automaticamente;
- A tradição - «já os antigos diziam que era assim que estava correcto» via popular e, na base documental para a via erudita, ambas transmitindo conceitos de correcto/bem e errado/ mal;
- A Religião – imposição social dos conceitos de bem e de mal pela promessa da graça ou da ira divinas, respectivamente.
… por esta ordem e não pela arbitrariedade.
«As coisas não são boas ou más porque Deus as mande ou as proíba; antes as manda porque são boas e as proíbe porque são más». Esta frase de D. Manuel, Cardeal Clemente, conduz a que a essência dos conceitos de bem e de mal não é matéria teológica, ou seja, ateus e agnósticos perdem toda a argumentação para se eximirem do cumprimento de uma Moral. Resta saber qual. Mas fica desde já excluída a amoralidade. Assim, recordemos que sendo a Moral a questão dos princípios a Ética é a sua derivada ao nível dos factos. Resta saber agora qual Ética. Mas, mesmo dentro de cada uma destas categorias de fé ou da sua falta, não se pode exigir o mesmo refinamento moral-intelectual a um analfabeto que a um letrado ou dirigente político - pese embora estes dois últimos nem sempre estabelecem uma relação biunívoca. Chamemos verticais a estas variações Éticas dentro de uma mesma Cultura; chamemos horizontais às diferenças Éticas entre diferentes culturas e chamemos económicos ou de competição quando o que é bom para um é mau para outro.
Como dirimir estas diferenças?
Pois bem, as verticais – têm que ser reduzidas pela educação; as horizontais pelo diálogo ecuménico ou apenas inter-cultural (desde que os nossos sejam os Valores prevalecentes); nas económicas/competição, esperemos pelas propostas dos Partidos políticos no que respeita a regulamentação da concorrência I e desde que haja pluripartidarismo.
Agosto de 2024
Henrique Salles da Fonseca