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A bem da Nação

COMENTÁRIO A UM ESTUDO HISTÓRICO

 

 

«PORTUGAL - MEMÓRIA – 7»

 

Há 600 anos, Ceuta. Há 500, Afonso de Albuquerque. Do Mediterrâneo para o Mundo.

Duas efemérides e a natureza do nosso país.

 (…)

600 anos depois de Ceuta e 500 anos depois de Albuquerque, Portugal é o mesmo, com a força que sempre teve para perdurar como entidade política independente apesar da sua pequenez … assim os próprios Portugueses o percebam.

 João Paulo Oliveira e Costa

Historiador, Catedrático da FCSH da Universidade Nova de Lisboa

 

JPOC-Tratado de Tordesilhas.jpg 

Um extenso artigo do Historiador João Paulo Oliveira e Costa distribuído por sete capítulos que, historiando a aventura marítima portuguesa, de Ceuta a Afonso de Albuquerque, parece querer fazer renascer um sentimento de orgulho pátrio, que fora preservado pelos séculos fora, nas crónicas cortesanescas ou na epopeia de exaltação, na consciência do milagre da devassa do mundo por um povo aventureiro e detentor de ambição, apesar – ou por causa – de um estatuto de menoridade intelectual e social que sempre o acompanhou. Povo que a pátria-mãe foi expulsando do seu habitat, para benefício próprio, não lhe concedendo enxadas culturais mais seguras e dignificantes no solo pátrio, avesso de longa data não só a uma abertura de modernização científica e filosófica, como a que se praticou na Europa seiscentista e dos séculos seguintes - e que a Igreja aqui contribuiu para impedir, anquilosada na estreiteza da sua fé ameaçadora e interesseira - como à difusão mais equilibrada dos preceitos culturais abrangendo todas as classes sociais, ao invés de condenar a plebe ao estatuto escravizante de servos da gleba e do senhor.

 

Mas hoje, que se deu a democratização, o mesmo povo culturalmente apagado, depressa mostrou o reverso da sua pose de humildade, aguçando as garras da sua exigência de confrontação, manipulado por dirigistas de uma doutrinação limitada e unilateral, sem princípios nem consciência do decoro, da educação e da dimensão económica e social.

 

É por isso que, desejando concordar com o conceito final do texto de João Paulo Oliveira e Costa - «600 anos depois de Ceuta e 500 anos depois de Albuquerque, Portugal é o mesmo, com a força que sempre teve para perdurar como entidade política independente apesar da sua pequenez … assim os próprios Portugueses o percebam.» - não consigo adaptar-me a outra posição que não seja o de desejar seguir em frente sem ambições de glória nem de confrontação, aspirando para este povo minúsculo apenas um comportamento de responsabilidade e decência, criado numa orientação de ambição, sim, mas apenas de competência e dignidade nos caminhos a seguir.

 

Berta Brás.jpg  Berta Brás

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