CLAUSURA – 13
Enquanto os otomanos atacam Constantinopla, os frades discutem o sexo dos anjos.
* * *
Assim diz quem me critica por nestas crónicas não me referir ao problema pandémico por que a Humanidade está a passar, ao que respond0 de seguida:
- Em primeiro lugar, creio que os meus leitores já têm informação suficiente – se não mesmo de sobra – acerca da chacina em curso;
- Diz-se que a solução do problema, a vacina, só chegará lá para as calendas, no que não posso ajudar tanto em conceito como na respectiva materialização;
- A profilaxia mais eficaz parece ser a clausura em que me encontro desde que regressei ao país e cuja intensificação (confinar-me a um quarto cá em casa) é ineficaz sob o ponto de vista viral e prejudicial sob o ponto de vista da sanidade mental;
- A terapêutica não ma fazem por inaplicável;
- Objectivamente, o máximo que posso fazer para combater a virose é não dar guarida aos vírus que por aí andem à solta e que assim morram por falta de hospedaria;
- Nada podendo acrescentar neste processo viral de utilidade para os meus leitores, resta-me tratar de outros temas, o que venho fazendo.
Perante o que me parece haver mais mundo para além do vírus e dado que à Drª Graça de Freitas não foi concedido o monopólio da fala, ater-me-ei doravante a temas que podem interessar ao novo mundo, esse que se aproxima com a ultrapassagem da calamidade em curso.
(continua)
Abril de 2020
Henrique Salles da Fonseca
