CHAU MIN – 4
THANK YOU, MR. NIXON!
Sim, reconheço que desde a queda do padrão ouro, todas as moedas são intrinsecamente falsas e a única verdade que as sustenta é a confiança que as pessoas nelas depositam – fiducia, como diziam os antigos.
Thank you again, Mr. Nixon!
Portanto, todas são falsas mas… há umas mais falsas que outras.
E se a confiança é o mais palpável que se encontra à volta duma moeda, reconheçamos que, para volatilidade, basta. Venha algo mais substancial que fundamente tanta espiritualidade.
O quê?
Várias coisas, de que destaco:
- Política orçamental inclusiva, não parcial
- Emissão monetária controlada, sem laxismos para cobertura de défices excessivos e descontrolados
- Política cambial sem golpes baixos tais como as desvalorizações discretas
- Banimento dos artificialismos na formação dos preços
Com este tipo de «coisas», acredito que se possa acreditar na moeda; sem elas, não!
É que se queremos que a confiança sustente a moeda, temos de evitar desvirtuamentos por via das intervenções administrativas.
Eu suma, temos que ser liberais.
Não estou a ver que nada disto aconteça na China nem que lhe seja possível imitar os EUA quando levaram o Dólar à liderança mundial.
E desde já declaro que não tenciono aplicar as minhas poupanças em títulos representativos de Yuans. Tenho mais confiança no BCE e no seu DM travestido em Euro do que na política de emissão americana e muitíssimo mais do que o que nestas matérias se passe em Pequim.
Enquanto escrevi as linhas que antecedem, lembrei-me de Varoufakis e do seu livro «O Minotauro global» onde disserta largamente sobre o tema relativamente aos EUA, donde resulta a minha convicção de que a China não possui a estrutura política (nem mental) para conseguir fazer algo semelhante e nem sequer parecido.
Dezembro de 2018
Henrique Salles da Fonseca