CAQUISTOCRACIA - 1
ou
REVISITANDO PASCAL
Da duas, uma: Deus existe ou Deus não existe.
* * *
A caminho de visitar o Blaise, passei pelo dicionário e extraí que pecado é tudo o que ofende a Deus e, uma vez chegado ao meu destino, decidi glosar o argumento ontológico do dono da casa:
- O ateu, não temendo a ira divina, não se coíbe de pecar mas se, afinal, Deus existe, por certo o punirá;
- Existindo Deus, não será o ateísmo que ilibará o ateu da ira divina;
- Mais vale, pois, ao ateu que não peque para que, seguramente, não padeça.
* * *
Vem esta charla pascaliana a propósito do desmando generalizado de que dão conta os telejornais que diariamente nos dão cabo do juízo e da mais remota placidez.
A ser como os jornalistas narram, já chegámos por certo à caquistocracia, a governança pelos os piores, mais incompetentes e mais corruptos.
Nesta terrível hipótese, resta-nos ir para o Inferno, como diria Karl Popper. Mas talvez possamos poupar o custo da viagem por, afinal, já termos chegado ao infernal 7º círculo dantesco.
Mas… e que tal pensarmos um pouco sobre as causas desse caos?
Baixos níveis globais de escolaridade apesar da «democratização» do ensino depois de um certo elitismo durante o salazarismo, fazem surgir o neo-riquismo escolástico nas elites profissionais. Rodeados de iliteracia e até mesmo de analfabetismo, conseguiram chegar ao topo das aspirações familiares («trabalhei muito para a minha filha ser doutora») e, agradecidamente, querem exibir esse novo estatuto. Sobe-lhes o «podium» à cabeça e inebriam-se com as luzes da ribalta. Paralelamente, os «blasés» filhos-família perdem-se nos jogos de canasta e de ténis, não têm pachorra para os livros e acabam «licenciados em 5º ano de praia».
Eis como acabam a mandar os que estudaram tudo menos o «savoir faire» e outros que se veem mandados «sans savoir quoi faire»; uns, clamam sempre por cada vez mais liberdade, mais direitos e mais posses; outros, bradam que chega de libertinagem.
E assim rodam os alcatruzes da nora social.
Mas há mais… e esse «mais» é a inveja.
Eu não acredito que a sociedade seja tão má como os telejornais apregoam. Eu acredito que a maioria das pessoas está de boa fé neste mundo em que
Vivemos.
A humildade das origens não é sinónimo de deslumbramentos e tropelias e os iludidos pelo «glamour» do sucesso académico são uma minoria que desperta a atenção dos invejosos mas é imprescindível que se lembrem do conselho de Pascal!
(continua)
Junho de 2023
Henrique Salles da Fonseca
CAQUISTOCRACIA - 1
ou
REVISITANDO PASCAL
Da duas, uma: Deus existe ou Deus não existe.
* * *
A caminho de visitar o René, passei pelo dicionário e extraí que pecado é tudo o que ofende a Deus e, uma vez chegado ao meu destino, decidi glosar o argumento ontológico do dono da casa:
- O ateu, não temendo a ira divina, não se coíbe de pecar mas se, afinal, Deus existe, por certo o punirá;
- Existindo Deus, não será o ateísmo que ilibará o ateu da ira divina;
- Mais vale, pois, ao ateu que não peque para que, seguramente, não padeça.
* * *
Vem esta charla pascaliana a propósito do desmando generalizado de que dão conta os telejornais que diariamente nos dão cabo do juízo e da mais remota placidez.
A ser como os jornalistas narram, já chegámos por certo à caquistocracia, a governança pelos os piores, mais incompetentes e mais corruptos.
Nesta terrível hipótese, resta-nos ir para o Inferno, como diria Karl Popper. Mas talvez possamos poupar o custo da viagem por, afinal, já termos chegado ao infernal 7º círculo dantesco.
Mas… e que tal pensarmos um pouco sobre as causas desse caos?
Baixos níveis globais de escolaridade apesar da «democratização» do ensino depois de um certo elitismo durante o salazarismo, fazem surgir o neo-riquismo escolástico nas elites profissionais. Rodeados de iliteracia e até mesmo de analfabetismo, conseguiram chegar ao topo das aspirações familiares («trabalhei muito para a minha filha ser doutora») e, agradecidamente, querem exibir esse novo estatuto. Sobe-lhes o «podium» à cabeça e inebriam-se com as luzes da ribalta. Paralelamente, os «blasés» filhos-família perdem-se nos jogos de canasta e de ténis, não têm pachorra para os livros e acabam «licenciados em 5º ano de praia».
Eis como acabam a mandar os que estudaram tudo menos o «savoir faire» e outros que se veem mandados «sans savoir quoi faire»; uns, clamam sempre por cada vez mais liberdade, mais direitos e mais posses; outros, bradam que chega de libertinagem.
E assim rodam os alcatruzes da nora social.
Mas há mais… e esse «mais» é a inveja.
Eu não acredito que a sociedade seja tão má como os telejornais apregoam. Eu acredito que a maioria das pessoas está de boa fé neste mundo em que
Vivemos.
A humildade das origens não é sinónimo de deslumbramentos e tropelias e os iludidos pelo «glamour» do sucesso académico são uma minoria que desperta a atenção dos invejosos mas é imprescindível que se lembrem do conselho de Pascal!
(continua)
Junho de 2023
Henrique Salles da Fonseca
CAQUISTOCRACIA - 1
ou
REVISITANDO PASCAL
Da duas, uma: Deus existe ou Deus não existe.
* * *
A caminho de visitar o René, passei pelo dicionário e extraí que pecado é tudo o que ofende a Deus e, uma vez chegado ao meu destino, decidi glosar o argumento ontológico do dono da casa:
- O ateu, não temendo a ira divina, não se coíbe de pecar mas se, afinal, Deus existe, por certo o punirá;
- Existindo Deus, não será o ateísmo que ilibará o ateu da ira divina;
- Mais vale, pois, ao ateu que não peque para que, seguramente, não padeça.
* * *
Vem esta charla pascaliana a propósito do desmando generalizado de que dão conta os telejornais que diariamente nos dão cabo do juízo e da mais remota placidez.
A ser como os jornalistas narram, já chegámos por certo à caquistocracia, a governança pelos os piores, mais incompetentes e mais corruptos.
Nesta terrível hipótese, resta-nos ir para o Inferno, como diria Karl Popper. Mas talvez possamos poupar o custo da viagem por, afinal, já termos chegado ao infernal 7º círculo dantesco.
Mas… e que tal pensarmos um pouco sobre as causas desse caos?
Baixos níveis globais de escolaridade apesar da «democratização» do ensino depois de um certo elitismo durante o salazarismo, fazem surgir o neo-riquismo escolástico nas elites profissionais. Rodeados de iliteracia e até mesmo de analfabetismo, conseguiram chegar ao topo das aspirações familiares («trabalhei muito para a minha filha ser doutora») e, agradecidamente, querem exibir esse novo estatuto. Sobe-lhes o «podium» à cabeça e inebriam-se com as luzes da ribalta. Paralelamente, os «blasés» filhos-família perdem-se nos jogos de canasta e de ténis, não têm pachorra para os livros e acabam «licenciados em 5º ano de praia».
Eis como acabam a mandar os que estudaram tudo menos o «savoir faire» e outros que se veem mandados «sans savoir quoi faire»; uns, clamam sempre por cada vez mais liberdade, mais direitos e mais posses; outros, bradam que chega de libertinagem.
E assim rodam os alcatruzes da nora social.
Mas há mais… e esse «mais» é a inveja.
Eu não acredito que a sociedade seja tão má como os telejornais apregoam. Eu acredito que a maioria das pessoas está de boa fé neste mundo em que
Vivemos.
A humildade das origens não é sinónimo de deslumbramentos e tropelias e os iludidos pelo «glamour» do sucesso académico são uma minoria que desperta a atenção dos invejosos mas é imprescindível que se lembrem do conselho de Pascal!
(continua)
Junho de 2023
Henrique Salles da Fonseca
CAQUISTOCRACIA - 1
ou
REVISITANDO PASCAL
Da duas, uma: Deus existe ou Deus não existe.
* * *
A caminho de visitar o René, passei pelo dicionário e extraí que pecado é tudo o que ofende a Deus e, uma vez chegado ao meu destino, decidi glosar o argumento ontológico do dono da casa:
- O ateu, não temendo a ira divina, não se coíbe de pecar mas se, afinal, Deus existe, por certo o punirá;
- Existindo Deus, não será o ateísmo que ilibará o ateu da ira divina;
- Mais vale, pois, ao ateu que não peque para que, seguramente, não padeça.
* * *
Vem esta charla pascaliana a propósito do desmando generalizado de que dão conta os telejornais que diariamente nos dão cabo do juízo e da mais remota placidez.
A ser como os jornalistas narram, já chegámos por certo à caquistocracia, a governança pelos os piores, mais incompetentes e mais corruptos.
Nesta terrível hipótese, resta-nos ir para o Inferno, como diria Karl Popper. Mas talvez possamos poupar o custo da viagem por, afinal, já termos chegado ao infernal 7º círculo dantesco.
Mas… e que tal pensarmos um pouco sobre as causas desse caos?
Baixos níveis globais de escolaridade apesar da «democratização» do ensino depois de um certo elitismo durante o salazarismo, fazem surgir o neo-riquismo escolástico nas elites profissionais. Rodeados de iliteracia e até mesmo de analfabetismo, conseguiram chegar ao topo das aspirações familiares («trabalhei muito para a minha filha ser doutora») e, agradecidamente, querem exibir esse novo estatuto. Sobe-lhes o «podium» à cabeça e inebriam-se com as luzes da ribalta. Paralelamente, os «blasés» filhos-família perdem-se nos jogos de canasta e de ténis, não têm pachorra para os livros e acabam «licenciados em 5º ano de praia».
Eis como acabam a mandar os que estudaram tudo menos o «savoir faire» e outros que se veem mandados «sans savoir quoi faire»; uns, clamam sempre por cada vez mais liberdade, mais direitos e mais posses; outros, bradam que chega de libertinagem.
E assim rodam os alcatruzes da nora social.
Mas há mais… e esse «mais» é a inveja.
Eu não acredito que a sociedade seja tão má como os telejornais apregoam. Eu acredito que a maioria das pessoas está de boa fé neste mundo em que
Vivemos.
A humildade das origens não é sinónimo de deslumbramentos e tropelias e os iludidos pelo «glamour» do sucesso académico são uma minoria que desperta a atenção dos invejosos mas é imprescindível que se lembrem do conselho de Pascal!
(continua)
Junho de 2023
Henrique Salles da Fonseca
CAQUISTOCRACIA - 1
ou
REVISITANDO PASCAL
Da duas, uma: Deus existe ou Deus não existe.
* * *
A caminho de visitar o René, passei pelo dicionário e extraí que pecado é tudo o que ofende a Deus e, uma vez chegado ao meu destino, decidi glosar o argumento ontológico do dono da casa:
- O ateu, não temendo a ira divina, não se coíbe de pecar mas se, afinal, Deus existe, por certo o punirá;
- Existindo Deus, não será o ateísmo que ilibará o ateu da ira divina;
- Mais vale, pois, ao ateu que não peque para que, seguramente, não padeça.
* * *
Vem esta charla pascaliana a propósito do desmando generalizado de que dão conta os telejornais que diariamente nos dão cabo do juízo e da mais remota placidez.
A ser como os jornalistas narram, já chegámos por certo à caquistocracia, a governança pelos os piores, mais incompetentes e mais corruptos.
Nesta terrível hipótese, resta-nos ir para o Inferno, como diria Karl Popper. Mas talvez possamos poupar o custo da viagem por, afinal, já termos chegado ao infernal 7º círculo dantesco.
Mas… e que tal pensarmos um pouco sobre as causas desse caos?
Baixos níveis globais de escolaridade apesar da «democratização» do ensino depois de um certo elitismo durante o salazarismo, fazem surgir o neo-riquismo escolástico nas elites profissionais. Rodeados de iliteracia e até mesmo de analfabetismo, conseguiram chegar ao topo das aspirações familiares («trabalhei muito para a minha filha ser doutora») e, agradecidamente, querem exibir esse novo estatuto. Sobe-lhes o «podium» à cabeça e inebriam-se com as luzes da ribalta. Paralelamente, os «blasés» filhos-família perdem-se nos jogos de canasta e de ténis, não têm pachorra para os livros e acabam «licenciados em 5º ano de praia».
Eis como acabam a mandar os que estudaram tudo menos o «savoir faire» e outros que se veem mandados «sans savoir quoi faire»; uns, clamam sempre por cada vez mais liberdade, mais direitos e mais posses; outros, bradam que chega de libertinagem.
E assim rodam os alcatruzes da nora social.
Mas há mais… e esse «mais» é a inveja.
Eu não acredito que a sociedade seja tão má como os telejornais apregoam. Eu acredito que a maioria das pessoas está de boa fé neste mundo em que
Vivemos.
A humildade das origens não é sinónimo de deslumbramentos e tropelias e os iludidos pelo «glamour» do sucesso académico são uma minoria que desperta a atenção dos invejosos mas é imprescindível que se lembrem do conselho de Pascal!
(continua)
Junho de 2023
Henrique Salles da Fonseca
