AUSTRÁLIA – 2
Entre les deux, mon cœur balance. Refiro-me a Melbourne e a Sidney onde não ouvi falar francês. Fique a expressão idiomática apesar do despropósito linguístico.
Em resumo muito resumido, direi que Melbourne está cheia de História e que Sidney pouco ou nada deve a Nova Iorque.
ANZAC é a sigla de Australian and New Zealand Army Corps, celebra-se a 25 de Abril e comemora a batalha de Gallipoli (Turquia), em que dezenas de milhares de soldados da Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido perderam a vida na I Guerra Mundial. As maiores paradas militares do "ANZAC Day" ocorrem em Canberra, capital da Austrália e em Auckland, maior cidade da Nova Zelândia mas também é feriado nas Ilhas Cook, Niue, Ilhas Pitcairn e Tonga donde, pelos vistos, também havia militares a servirem de «carne para canhão» às ordens da Metrópole, a Velha Albion. Mas foi em Melbourne que eu assisti à celebração e talvez por isso tenha ficado com a ideia de que a cidade está impregnada de História. Colhe, no entanto, referir que Melbourne esteve para ser a capital da Austrália e que só o não foi por causa dos ciúmes de Sidney. Então, à boa maneira salomónica, não foi uma nem outra, entraram ao serviço a régua e o esquadro num local mais ou menos equidistante das duas e assim nasceu Canberra. Mas a Federação de Estados que constitui a Austrália actual, essa, sim, nasceu em Melbourne.
Então, se Melbourne tem cerca de 4,5 milhões de habitantes e Sidney cerca de 5 milhões (não podia ficar a trás da amiga e eterna rival), junte-se-lhes os cerca de 2,6 milhões de Perth e temos 55% da população total da Austrália, estimada em 22 milhões. Ou seja, o resto do continente tem uma baixíssima densidade populacional. Mas se referirmos as populações residentes em cidades como Brisbane (capital de Queenland, com cerca de 2,3 milhões de residentes), Cairnes (cerca de 151 mil residentes) e Darwin (com algo como 121 mil) para referir apenas as maiorsinhas que visitei, então o vastíssimo continente está despovoado e à espera de quem o desfrute.
E os aborígenes? Ah, essa é uma questão que fica para a próxima.
(continua)
Maio de 2017
Henrique Salles da Fonseca