AUSTERIDADE, A MÁ?
O que é a austeridade? É a imposição de condicionantes ao esbanjamento de dinheiros públicos com que tradicionalmente os Governos compram os votos dos eleitores para se eternizarem no Poder. A austeridade é, portanto, uma política virtuosa.
Mas há mais: a moral nórdica (sobretudo alemã) assenta no princípio do dever (a famosa ética kantiana) a favor do bem comum pela dedicação ao trabalho (a que os madraços chamam «alienação»). Nada disto tem a ver com as «carnavaladas» sulistas. E agora os carnavalistas refulgiram com o dinheiro a rodos do BCE esquecendo-se (propositadamente?) de que o BCE intervirá APENAS a nível dos mercados secundários. Ou seja, esses rios de dinheiro que ai vêm destinam-se a financiar a banca e não os Governos. E agora entra outro problema: haverá em Portugal projectos aprováveis em número suficiente para corresponderem à benesse do BCE? É claro que me refiro a projectos enquadráveis no novo modelo de desenvolvimento (produtivo de bens e serviços transaccionáveis), não no «modelo» que nos atirou para a ruina baseado nessa falácia do consumo como motor do desenvolvimento.
Parem, pois, os foguetes – o Carnaval não é para já!
Janeiro de 2015
Henrique Salles da Fonseca