ASSIM DANÇA ZORBA - 6
Grandes vergonhas que a Europa deixou a Grécia alcançar e que esta se recusa a reconhecer.
- Empresas públicas, cúmulo do esbanjar
Para além do número desproporcionado de funcionários, os seus salários suculentos ou a ineficiência dos serviços públicos, o culminar da prodigalidade foi a sobredimensionada e dificilmente crível estrutura do Estado com base em centenas de empresas, organizações e entidades totalmente inúteis.
Para indicar apenas alguns exemplos para se perceber o absurdo, vejamos:
O salário nos Caminhos-de-ferro gregos chegou a superar os 70.000 €/ano, incluindo as mais baixas categorias profissionais. Assim, enquanto as receitas operacionais foram apenas de cerca de 100 M€ num ano, as despesas atingiram a enorme desproporção de 700 M€;
O que há vinte anos atrás, um empresário chamado Stefanos Manos (depois nomeado ministro das Finanças) disse que sairia bem mais barato colocar todos os passageiros dos caminhos-de-ferro em táxis, afinal continua a ser verdade – conforme foi detalhado por Michael Lewis, no seu livro Boomerang “Viagens para o novo terceiro mundo europeu” (publicado pela Deusto), onde explica muito dos excessos cometidos pelos gregos durante a “bolha”;
O orçamento do metro de Atenas rondava os 500 M€/ano, enquanto as receitas de bilheteira atingiam tão-somente 90 milhões (!);
A Grécia também criou uma comissão para gerir o Lago Kopais, embora este se encontre seco desde 1930!;
Após o resgate da troika, Atenas anunciou a eliminação ou fusão de 75 órgãos públicos em que mais de 7.000 pessoas trabalhavam e que recebiam anualmente 2.700 M€ de subvenções (cerca de 386.000 €/empregado). Teriam sido eliminados, de facto, todos esses órgãos públicos?
(continua)
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