Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

A bem da Nação

APT / TTIP – UM PODER ECONÓMICO E COMERCIAL...

ue-eua.jpg 

...correspondente ao Poder militar da NATO? Vantagens e Desvantagens

 

O Euro desestabilizou o Sul da União Europeia e com o APT vai discipliná-lo

 

A União Europeia está a negociar o acordo de comércio livre APT / TTIP com os EUA e o acordo CETA com o Canadá. Estes acordos, vêm influenciar negativamente as leis europeias de protecção do ambiente e do consumidor. Certamente que terá efeitos semelhantes à introdução do Euro e à abertura ao mercado chinês.

APT (Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a UE e os USA) ou TTIP é uma iniciativa para se estabelecer um poder comercial e económico correspondente à zona de poder da NATO a nível militar. Só que enquanto a acção da NATO é determinada pelos USA e rectificada pelos países membros (Parlamentos / Estados) o APT / TTIP quer subtrai-se ao poder e à jurisprudência dos parlamentos nacionais para ser determinada unicamente pelos poderes económicos e comerciais das multinacionais em colaboração com as cúpulas políticas da UE e dos EUA. A nova geração de acordos de comércio livre servirá os interesses das grandes corporações e correspondentes potências na concorrência com os novos centros político-económicos emergentes.

Ambos os acordos vão desautorizar os parlamentos e as legislações nacionais porque contêm cláusulas de protecção, das multinacionais investidoras, que, a serem aceites, permitirão às corporações processar os estados por perdas e danos em negócios, se houver decisões políticas (leis nacionais) que venham a danificar o valor dos investimentos ou suas expectativas de renda.

Daí a importância e necessidade de uma discussão pública intensiva na UE sobre este assunto, porque os acordos irão determinar o modo de vida das próximas gerações. Passarei a referir-me apenas ao APT / TTIP devido ao maior impacto das multinacionais dos EUA na UE.

O APT / TTIP pressuporia uma organização laboral sindical a nível de UE e não apenas nacional

As Multinacionais monopolistas preparam-se para subornar a democracia, esvaziar o Estado social, destruir as soberanias nacionais e defraudar o Ambiente.

As grandes multinacionais conseguem titularizar direitos que as ilibam de responsabilidades laborais na sua política empresarial perante a maioria dos países.

Portugal passa a não poder determinar a sua política laboral, dado fazer parte dos países do acordo. Atendendo à ocupação predilecta da opinião pública portuguesa – a politiquice – Portugal terá de se deixar ir na enxurrada porque não lhe resta tempo para se ocupar e preparar para a realidade que move a UE e que determina o modo de estar de Portugal.

Para que a população europeia não se erga já e manifeste, as negociações do acordo dão-se propriamente em segredo, não a nível de Estados mas de lóbis políticas e económicas das cúpulas da UE e dos USA.

É de admirar que os sindicatos se mantenham tão calmos atendendo ao que lhes espera! Os egoísmos nacionais aliados ao atraso das instituições do operariado levaram os sindicatos a perderem o comboio da História da UE, ao não se terem já organizado a nível supranacional na zona Euro. Com a UE está-se a destruir a soberania dos Estados nacionais em favor da soberania centrada em torno das diferentes lóbis da UE e com o Acordo APT está a tentar explorar os recursos da população mas não em benefício da maioria. Onde se encontram os lóbis dos trabalhadores? Quem defende e como os seus interesses reais que a nova política exige? Dado a política encontrar-se sonâmbula em relação à economia, seria urgente um lóbi sindical a nível em Bruxelas. A hora em que nos encontramos é difícil para todos: cidadãos, organizações, estados e blocos de Estados porque o globalismo configura hoje os interesses em torno de blocos em concorrência brutal atendendo ao fanatismo do dinheiro. Isto exige de todos grande capacidade criativa que implica mudança.

As multinacionais pretendem ter mecanismos arbitrais próprios (tribunais do comércio com sede nas nações das multinacionais) de modo que, em caso de conflito, a mediação seja feita através das empresas sem se submeterem aos controles parlamentares nacionais. Assim multinacionais estrangeiras passam a adquirir um estatuto para-estatal.

Está-se perante a tentativa de uniformizar e fortalecer o capital e o poder militar centrado no ocidente a nível de potências UE e EUA. O poder económico configurado no APT / TTIP está interessado no uso dos instrumentos fiscais e no predomínio das multinacionais num conluio entre centrais de governos para que os Estados garantam a hegemonia das grandes empresas, sem leis sindicais ou laborais que as estorve. Este tratado está a ser negociado, quase em segredo, pelos poderes económicos, fora do âmbito público e do controlo democrático parlamentar em que os Estados menos fortes perdem voz activa política e influência económica pelo facto de não possuírem grandes multinacionais. Os estados e a política ficam de braços atados.

Se observarmos os acordos entre EUA-Canadá-México, os cereais americanos invadiram o México arruinando-lhe os agricultores. Temos também um precedente de um acordo semelhante entre o México e os EUA em que o México foi condenado a pagar às firmas de bebidas americanas a quantia de 90 milhões de euros por ter publicado uma lei reguladora das bebidas. Com esta lei, as firmas passaram a ter menos lucros que tiveram de ser compensados pelo estado mexicano. Na Guatemala deu-se coisas semelhantes com o preço da energia. Naturalmente a UE tem padrões de concorrência mais preparados para a competição.

Os países da UE terão de abdicar da qualidade em favor da internacionalização. A UE abdica de padrões elevados no direito ao trabalho em demandas trabalhistas, para facilitar a concorrência. Surgirá na UE uma base proletária mais igual a si mesma independentemente da riqueza do Estado em que se encontre. Dar-se-á uma emigração da classe média para uma classe baixa, mais alargada. Dado os standards sociais baixarem, haverá menos emigração de pobreza para os sistemas sociais dos Estados ricos.

 

António Justo.jpg

António da Cunha Duarte Justo

 O artigo continua em: APT / TTIP – Uma catástrofe para a cultura social da Europa

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2006
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2005
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2004
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D