ANDA O MALIGNO À SOLTA – 5
Alá não é o Deus dos muçulmanos mas é, sim, como se diz Deus em árabe.
Quer os teólogos muçulmanos queiram quer não, Alá é precisamente o mesmo que Jeová é para os judeus e Deus é para os cristãos.
As diferenças resultam da exegese que cada um faz dos respectivos textos sagrados. Mas há quem não faça exegese nenhuma e cumpra o seu texto sagrado à letra - os muçulmanos sunitas relativamente ao Corão.
Vai daí, estamos todos «à pega» quando o cumprimento literal do texto sagrado sunita assenta em ordens tais como
Quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os - (Corão, 9ª Surata, versículo 5)
Mas, apesar de não fazerem a exegese, não se coíbem de dar motes. Eis algumas frases «simpáticas» de um dos teólogos muçulmanos mais radicais, o Sheick Hassan al-Banna (1906-1949), fundador da hoje tão actuante «Fraternidade Muçulmana»:
- É da natureza do Islão dominar, não ser dominado, impor a sua lei a todas as Nações e fazer alastrar o seu poder ao planeta inteiro.
- O punhal, o veneno e o revólver… Estas são as armas do Islão contra os seus inimigos.
Sim, no sec. XXI continua a haver quem mate em nome do Deus infinitamente bom e tenha o desplante de apregoar que o Islão é uma religião de paz. Claramente, na vertente sunita, não é!
E são precisamente os sunitas que estão a invadir a Europa, para além dos que já cá estavam. A diferença está em que o proselitismo sunita – na sua versão mais radical, a wahhabita – vem sendo financiada pela Arábia Saudita, a mesma que se diz tão «amiguinha» dos EUA.
Mas dado que o clero sunita não tem uma estrutura hierárquica que discipline a mensagem transmitida, cada mulah é livre de pregar o que lhe apetecer sem ter que prestar contas a ninguém. Vai daí, o descontrole é total e parece instalar-se uma competição de encarniçamento contra os infiéis e de destabilização da sociedade de acolhimento, cristã ou oriunda do cristianismo. Mais: uma sociedade de acolhimento fundada em valores benignos, não mais belicosa como nos tempos da intransigência medieval, aberta ao acolhimento de quem a procura.
O resultado é a destruição de um tecido pacífico por um clima de rancores cada vez mais cruzados.
Sim, anda o maligno à solta e bem necessário sería que alguém tomasse providências antes que seja tarde, antes que a mostarda chegue ao nariz dos pacíficos, antes que o caldo se entorne e alguém invoque São Bartolomeu.
(continua)
Janeiro de 2019
Henrique Salles da Fonseca
(Bondi, arredores de Sydney, 2017)