ANDA O MALIGNO À SOLTA – 3
Nos dois textos anteriores sob a mesma epígrafe, abordei dois factores que contribuem directamente para a soltura do maligno, a saber, respectivamente, o antiquíssimo conflito de gerações e a actual pós-modernidade à mistura com a toxicodependência e com o inerente narcotráfico. Ambos, numa perspectiva local.
Para sarilho já bastaria, mas há mais…
O meu mundo evoluiu de acordo com a minha vontade:
- Rendição do Japão (na Europa já não havia guerra quando eu nasci em Junho de 1945)
- Evolução da guerra fria no sentido da vitória ocidental até ao derrube do muro de Berlim
- Prevalência dos valores democráticos com garantida liberdade de opinião, afirmação do empreendedorismo, obtenção de grande segurança social.
Seria hipócrita se dissesse mal do eurocentrismo. Mas, conhecendo muito mundo extra-europeu, não hesito em afirmar que «nem só da Europa vive o mundo». E não me refiro a uma questão geográfica pois tanto a América Latina como a Austrália e a Nova Zelândia são claramente europeias enquanto o Magreb e o Mackresh, aqui bem próximos, pouco ou nada têm a ver connosco.
Mas há equilíbrios a que nos habituamos e as mexidas provocam tonturas. Por exemplo, a tão propalada ascensão da China, a invasão muçulmana da Europa e o correspondente «revivalismo» sunita, a ascensão totalitária na Turquia e na Venezuela, o bitcoin e o narcodólar, etc., etc.
(continua)
Janeiro de 2019
Henrique Salles da Fonseca
(Bali, santuário de Tirta Empul, SET18)