ALIANÇA NAVAL
Tavira
Corria o ano de 1156 e, submetido o Gharb ao novo poder Almóada, decidiu o Emir aniquilar a resistência que se mantinha no Al Andaluz nomeando o seu próprio filho Ibn Said para o cargo de Governador de Córdova e de Sevilha. Pouco depois de assumir a função, Ibn Said nomeou novos Governadores para Silves e para Beja mas nada conseguiu relativamente a Tavira e a Alcácer do Sal, verdadeiras «repúblicas marítimas», que haviam estabelecido uma Aliança de protecção mútua e que, dispondo de importantes frotas militares, facilmente resistiam aos cercos almóadas.
Alcácer do Sal
Tavira era dirigida pela família Banu al-Wahibi à qual pertencia Ali Ibn al-Wahibi que em 1158 foi convidado pelos habitantes de Alcácer do Sal a assumir a governação da «república» do Sado. Mas a cidade estaria um tanto depauperada pelos frequentes confrontos militares com as forças cristãs e o novo Governador conseguiu secretamente estabelecer um período de tréguas com Ibn al-Rink, o filho de Henrique, ou seja, Afonso Henriques. O pior foi que a população descobriu o segredo e, irada, decapitou-o espetando a cabeça na ponta da lança que se dizia ter-lhe sido oferecida pelo nosso Rei fundador.
Alcácer do Sal não caiu na posse dos Almóadas pois foi conquistada em 1160 pelas forças portuguesas; Tavira manteve o seu estatuto de Taifa independente até 1168 integrando-se então no Califado até que em 11 de Junho de 1239 foi conquistada por D. Paio Peres Correia, Grão-mestre da Ordem de Santiago.
Até hoje, sempre cristã.
Abril de 2010
BIBLIOGRAFIA
Mattoso, José – D. Afonso Henriques, Clube de Leitores, Lisboa, Ed. 2006