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A bem da Nação

Ai balancé, balancé…

 

A moral de Florian,

Nesta história de uma glória

Que vai seguir-se,

Aplica-se

À mocidade estouvada

Habituada a definir-se

Pela contestação,

Sem nas regras se apoiar

Como balancé desprezado

Que a farão ir ao chão

Se para longe o atirar.

Vejamos a fábula já,

Que nos mostra que, como outrora,

A juventude de agora

Não mudou tanto, afinal,

E se mais recuarmos ainda

Veremos que a coboiada

Já entre os clássicos se via,

Para arrelia

Da velharia:

Corda bamba.jpg

 

«O dançarino da corda bamba e o balancé»

Sobre a corda esticada

Um jovem volteador

Aprendia a dançar e já a sua habilidade

Os seus fortes volteios

Plenos de agilidade,

Faziam aparecer muito espectador.

No seu estreito caminho de corda,

Vêem-no avançar,

A mão no balancé, em liberdade,

Corpo direito, ousado,

Hábil e ligeiro;

Ele eleva-se, desce,

Vai, vem, mais alto se lança.

Volta a subir, volta a cair

Em cadência.

E semelhante a certos animais

Que rasam voando

A superfície das águas,

O seu pé toca, sem que se veja,

Na corda que verga

E no ar o relança.

O nosso jovem dançarino

Vaidoso do seu talento

Disse um dia:

Para quê

Este pesado balancé

Que me cansa e me embaraça?

Se eu dançasse sem ele

Teria muito mais graça

Ligeireza e força.

Dito e feito! O balancé

Ao chão atirado,

O nosso estouvado

Estendeu os braços

Partiu o nariz, caiu

E toda a gente se riu.

Mocidade, mocidade,

Ninguém te disse

Que sem regras nem freio

Cedo ou tarde se sucumbe?

A virtude, a razão, as leis, a autoridade

Nos vossos desejos fogosos

Causam-vos alguma pena;

É o balancé que vos cansa

Mas que vos dá segurança.

 

Sabemos que tem razão,

Florian

Na crítica à mocidade,

Na sua tola autoridade

De contestação

Que a maior parte das vezes

Vai ao chão.

Não se passa assim connosco,

De mocidade já perdida

Nos volteios da sua vida

Sem pontes nem horizontes,

A não ser lá para fora,

Sem demora.

Aqui,

Os que atiram o balancé

Com força ao chão,

Significando aquele

Vileza de corrupção

No abandono das regras

Da educação,

São antes os que vão singrando,

Nas rodas do seu fervor

Apenas ávido de lucro

E enriquecimento mor,

Não geral mas pessoal.

 

Berta Brás.jpg

Berta Brás

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