AFECTOS
No aniversário da elevação de S. Mamede Infesta a Cidade
Corre o tempo sem cuidado
Da infância ao fim da vida
Corre o tempo e a idade
Acompanhando a corrida
Transforma tudo em redor;
Muita vez transforma a cor
E nela os seus cambiantes
Que ora escuros ou claros
Vão-nos dando a certeza
Que viver é de verdade
Dói, afaga e amarfanha
E a nossa vida, tão curta
Às vezes é tão tamanha…
Mas outras é tão risonha
Que a gente esquece e sonha
Que é dona da felicidade.
Assim também é a terra
Que por berço nos foi dada
Pequena ou grande que seja
Com muito ou pouco amor
É nossa por toda a vida;
E ‘inda que ela se reparta
Por muitas terras além
É sempre ela que é mãe.
E se mais não for memória
De valia, de menção
Há sempre algo de ternura
Quando a rezamos, baixinho
Na boca e no coração.
Cidade,
Aldeia, que importa?
Se a tivermos como nossa
E se um dia a escrevermos
Dentro do sonho em
Azul
Que nos ficou na saudade
É a coisa mais bonita
Vista brocados ou chita
Seja
Aldeia ou
Cidade!
Corre o tempo e é tão depressa
Que a vida passa, que finda;
Não importa se foi linda
No tempo que se viveu
Importa sim o que fica
Nas pegadas que deixamos
E todos quantos amamos
Nesta nossa caminhada
Tal como importa a raiz
Da nossa vida, matriz
Na terra que nos foi dada;
E ‘inda que ela se reparta
Por muitas terras além
É sempre ela que é
Mãe.
E se mais não for memória
De valia, de menção
Faz parte da nossa estória
Quando a rezamos baixinho
Na boca e no coração…
Cidade,
Aldeia, que importa?
Se a temos como nossa
E se um dia a escrevemos
Dentro do sonho em
Azul
Que nos ficou na saudade
É a coisa mais bonita
Vista brocados ou chita
Seja Aldeia ou Cidade!...