A VINGANÇA DE DETROIT
Quando o orçamento do Partido Comunista Chinês é segredo de Estado e o Orçamento das Forças Armadas é outro segredo de Estado, que sentido faz discutir a política monetária chinesa?
Quando as empresas cotadas na Bolsa de Xangai não têm contabilidade normalizada nem se aproximam sequer dos modelos internacionalmente aceites, que sentido faz atribuir um valor a uma empresa ali cotada?
Quando as moedas da China, de Hong Kong e de Macau têm o mesmo valor definido administrativamente, que credibilidade tem a política cambial chinesa?
Que sentido faz a economia mundial dizer-se dependente dum conjunto de falsidades tão grande?
A China não passa de um bluff e todos os movimentos bolsistas no resto do mundo que agora se dizem em crise por contágio, não são mais do que pura especulação. As enormes perdas de quem agora vendeu, serão a breve trecho os enormes ganhos de quem comprou.
As enormes perdas no preço das commodities resultantes da redução da procura chinesa mais não foram do que pôr um travão à tensão especulativa a que esses preços vinham sendo submetidos; os mercados retomam assim alguma normalidade.
É tudo manipulação e só manipulação.
Na China só acredita quem quer e o Ocidente (Japão incluído) tem que deixar na China as fábricas cujas produções se destinem ao abastecimento do mercado chinês e mandar regressar à origem todas as outras fábricas que lá instalou para abastecimento do Ocidente. As «Detroit» espalhadas pelos EUA e Europa exigem-no (e os Sindicatos agradecem).
Agosto de 2015
Henrique Salles da Fonseca