A MULTIPLICIDADE DAS LÓGICAS
A LÓGICA DA GADANHA E A DA BATATA... – Um estranho texto de alguém que, dialogando com Nietzsche, ora se pronuncia por lógicas de bom senso ora, como no caso, parece pronunciar-se por lógicas de altivez e de inesperado desprezo por tudo e todos, mais parecendo, todavia, uma lógica específica de mudança de cor, em saldo, ao que parece, no preciso momento – já vivido há 40 e poucos anos, em que tal mudança irrompeu poderosa, na voz dos auto-declarados sacrificados no regime anterior, pretendendo abarcar um novo mundo de facilidade e razia sobre os anteriores afortunados – no momento de nova instabilidade governativa.
De facto, um texto que não corresponde minimamente à doutrinação equilibrada anterior do seu autor, que sabe perfeitamente que no trabalho e não no parasitismo reside a felicidade da realização humana.
Quando um governo se propôs pagar uma dívida – à custa de muitos sacrifícios, é certo, parece que estava a cumprir um dever. E de deveres é o que Duarte Justo deve estar habituado a discursar e a cumprir, lá no país onde se encontra fixado, deveres que anteriormente mostrara prezar.
Agora, numa conjuntura de mudança, o discurso surge bem outro, não de arco-íris mas de furta-cores, sobre uma direita que não é só formada por exploradores, sabe-o bem e em favor de uma esquerda que expele igualmente ódios, tal como este texto parece expeli-los. Com imagens sofisticadas, do foro agrícola, a gadanha em grande plano, um pouco ambígua a questão da batata. Uma lógica sem bom senso, em nome de vagos sentimentos misericordiosos em favor dos humildes. Se é que os encontra ainda.
Volto-me de novo para Vasco Pulido Valente, com a sua lógica de clara percepção da realidade previsível em “O assalto da realidade” (v. http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/a-grande-duvida-1510455).