À MINHA MULHER
Sou!
Uma Obra de Deus!
Sou o Livre Arbítrio de mim mesmo.
Sou aquele que ousou querer que lhe chamassem Poeta!
Que se atreveu a escrever uns versitos com aparência de petição judicial.
A quem colocaram a coleira dos Poetas menores,
Que arrastaram até à praça onde foi vaiado por uma multidão ululante, só porque não era um verdadeiro Poeta.
Apenas um pretensioso ser humano.
Assim como existem humanos desumanos.
Mas, ainda há verdadeiros Poetas.
Sou aquele que subiu e desceu, saltou redis, sempre consciente que o abismo estava próximo…
Sou uma antítese hegeliana.
Nem Deus, nem Nirvana.
Não estou cá, mas estou aqui.
Existo,
Pertenço ao clube dos patetas,
Que sobrevive espiritualmente das palavras que escreve.
Sou um eterno reencontro das minhas contradições, mas AMO-TE.
E é por isso que respiro…
Sintra, 26 de Abril de 2015