A LUSOFILIA NUMA PERSPECTIVA DE FUTURO
IV
Reinventando uma Ética para o século XXI
Essa, a missão que se espera das elites e, mais concretamente, ao que devemos conduzir as elites lusófilas: a educar seguindo um conjunto de princípios éticos de inspiração universal mas sem descurar o enquadramento étnico de cada comunidade ou País da Lusofilia.
Chamemos-lhe educação cívica ou outro nome que possa ser mais consensual, discutamos o conteúdo programático duma tal disciplina curricular dos Ensinos Oficiais em cada um dos nossos países mas não deixemos a juventude entregue ao hedonismo reinante e sem um rumo ético.
É que mais perigoso do que viver numa sociedade imoral é deixarmos que se forme uma sociedade amoral.
Esta questão é tanto mais grave quanto os pais se demitiram da função educativa dos filhos deixando essa tarefa para os professores, função para que estes não estão formalmente preparados e quando muitas vezes nem conseguem dar o programa curricular que lhes está consignado em matérias mais prosaicas do que éticas.
Professores que estão hoje no fio da navalha em que se transformou a sociedade actual. Lembram domadores de feras pois deixaram de ter como principal missão ensinar os programas oficiais e passaram a ter que domar umas criaturas a quem os pais disseram que tudo lhes é devido, que a tudo têm direito sem esforço. Foi disso que os demagogos convenceram os pais e estes transmitiram aos filhos, toda a irresponsabilidade transfigurada em direito. É claro que agora o esforço de retorno à vida responsável, ao inadiável realismo, vai ser um processo muito doloroso e os primeiros a dar de frente com o problema são os Professores. E como os pais não perceberam que a vida de irresponsabilidade que o laxismo lhes incutiu já acabou, revoltam-se e … vão às Escolas bater nos Professores. Eis o cenário em que deambula o «professor perdido».
Urge devolver a dignidade aos professores.
(Continua)
(em Angkor Wat, Camboja, Novembro 2014)