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A bem da Nação

A GUERRA E OS JUROS

Nota prévia – a informação relevante respeitante às causas da falência dos dois bancos regionais americanos e dos problemas verificados no «Crédit Suisse» foi-me fornecida pelo meu amigo Carlos Traguelho; os floreados e as especulações são da minha exclusiva responsabilidade.

* * *

  • A política de juros nulos e negativos levou aforradores e investidores a aplicarem os seus capitais em obrigações privadas e públicas. Com a passagem à política de juros positivos, perfilaram-se nos mercados de capitais aplicações alternativas com melhores perspectivas de remuneração o que provocou uma séria baixa nas cotações dos títulos de remuneração fixa. Quem se antecipou na mudança, salvou-se; quem se atrasou, faliu.
  • Para além das causas descritas e que, para simplificação de linguagem denomino «americanas», ao caso suíço juntaram-se mais dois tipos de causas a gerarem desconfiança: as dúvidas relativas às origens dos capitais à guarda do Banco em causa e a fiabilidade da informação disponibilizada no Relatório e nas Contas relativas ao exercício de 2022. Tudo visto e ponderado, o resultado não podia ser risonho.

* * *

Seguem-se os processos de liquidação dos dois bancos (regionais) americanos e um empréstimo grandioso do banco central suíço ao aflito «Crédit Suisse» para evitar que vá à glória – esperemos que com nova gerência.

* * *

Curiosa coincidência a declaração do maior acionista individual do «CS» )9,9% dos direitos de voto), o Fundo Soberano Saudita, no sentido de que não enviaria mais dinheiro para o dito Banco e a reunião de apaziguamento bilateral Irão-Arábia Saudita por intermediação da RPChina. O que terá o Príncipe herdeiro saudita (Rei de facto) a dizer do Petrodólar? Sadam Hussein poderia dizer-lhe qualquer coisinha se ainda por cá andasse. É que há «coisas» em que os americanos não gostam de ver mexidas…

Desconheço o peso relativo do banco suíço nos activos do Fundo Soberano Saudita mas, para todos os efeitos, a tal declaração foi obviamente um «tiro no pé» mesmo que se trate de um chumbinho de uma «Flaubert» pressão de ar num dedo mindinho. Porquê, é relativamente fácil de especular. O problema está em saber para quê.

* * *

Como na valsa, realço três tempos:

  1. Substituição da política de juros negativos (Draghi) pela de juros positivos (Lagarde) e consequentes efeitos sobre a remuneração dos capitais (frugais) e o custo de vida do cidadão comum (mais ou menos consumista e mais ou menos perdulário);
  2. Guerra na Ucrânia e majoração da tensão inflacionista e especulativa;
  3. Realinhamentos e/ou reforço de alianças internacionais dando precaridade especulativa ao cenário mundial.

CONCLUSÃO

Os juros antecederam a guerra e esta nada tem claramente a ver com os problemas bancários.

Salvo melhores opiniões.

Março de 2023

Henrique Salles da Fonseca

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