• Se é verdade que os EUA valem ~17% do comércio mundial, então o resto do mundo vale ~83%; • Um dos fundamentos das grandes fortunas/empresas americanas é a dimensão do mercado; • A política isolacionista de Trump leva os grandes americanos a passarem-se para o lado dos 83 e a deixarem nos 17 o suficiente apenas para satisfazer o mercado doméstico. * * * Está, pois, na hora de irmos «à pesca milagrosa» nos EUA afim de trazermos para cá quem queira livrar-se do isolamento. Façamos pontaria para Bill Gates sugerindo que faça de sua empresa em Portugal a sede mundial da Microsoft trazendo também tudo que se relacione com investigação e inovação(E&E). E, de caminho que traga também a sua Fundação. Sugiro também ao nosso governo que procure integrar nesse processo de investigação e inovação a nossa(dormente) Escola Militar de Electricidade e Electrónica de modo a que ela se transforme num instrumento dinâmico na rota do futuro ao serviço das nossas Forças Armadas e de Segurança bem como ao dos nossos Aliados indefectíveis.
* * * E quem diz Bill Gates diz outra personalidade equivalente para os nossos interesses de desenvolvimento humano.
A identificação simultânea de muitos problemas significa o propósito de não resolver nenhum e manter o clima de crítica eleitoral a raiar o espanto escandaloso. Pior ainda quando os críticos acenam com ideias radicais e, daí, fracturantes. Pelo contrário, eu pretendo identificar um tema de cada vez de modo que ninguém possa argumentar com a complexidade e, então, justificar uma não-solução. As minhas sugestões poderão/deverão ser discutidas mas pretendem ser quase axiomáticas e benignas, ou seja, não disruptivas. * * * Como é óbvio, nem todos os temas até agora abordados neste conjunto de curtos textos têm a mesma relevância – e o mesmo sucederá com os seguintes – mas o objectivo é o de não massacrar quem me lê com sucessivas «salvações da Pátria». Contudo, desta vez, sinto necessidade de abordar um tema que tenho como fundamental e potencialmente disruptivo, o da formação dos preços. Entre nós, os mercados não são transparentes pois estão dominados por um oligopsónio (o das grandes superfícies) que já se estendeu até às lotas onde o cambão é a prática corrente. Tudo, em desfavor da Oferta que suporta os riscos; tudo, a favor da Procura que alija os riscos. Assim, devemos garantir mais transparência nos mercados e se promover a lógica na formação dos preços, SUGIRO AO GOVERNO que: • Institua a Bolsa de Mercadoria de Portugal (produtos standard da agricultura, seus transformados e congelados do mar); • Determine que nas Lotas o leilão passe a ser ascendente e que, até à consumação da venda, a Oferta possa retirar os seus lotes da praça (pagando o Imposto devido).
Atacadas pela catatonia, são várias as instalações que em tempos fizeram o orgulho da nossa indústria pesada e agora esperam que alguém as reanime. Eis por que SUGIRO AO GOVERNO que, esclarecidas as respectivas titularidades patrimoniais, decida a Reactivação do Estaleiro Naval da Margueira como Secção Homogénea do Arsenal do Alfeite; mande estudar qual das unidades da antiga indústria pesada (a ex-Mague, a ex-SOREFAME e a ex-MetalSines) qual a mais conveniente para o fabrico das plataformas móveis de suporte as batarias de defesa anti-aérea e, de caminho o fabrico das próprias batarias.
Na Noruega 1º classificado no ranking mundial do desenvolvimento humano – 80% da população em idade activa possui o ensino secundário completo; entre nós, a maioria da população em idade activa NÃO possui 0 ensino obrigatório por abandono escolar precoce. As maiores causas deste flagelo foram ou são: • … a necessidade de suprir a miséria recorrendo ao mercado de trabalho infantil; • … falta de ambiente cultural familiar; • … curriculum escolar na via clássica considerado por muitos como massudo e inútil no prazo imediato. Com vista a tentar suprir esta realidade, SUGIRO AO GOVERNO que … • …promova as VIAS PROFISSIONALIZANTES nomeadamente as Escolas Práticas de Agricultura e, nos Distritos litorâneos, com Escolas Práticas do Mar; • … na via clássica, permitir que os maiores de 18 anos se auto-proponham aos exames do 6º, 9º e 12 (apenas) a uma disciplina em cada época de exames e com retoma da segunda época em Setembro para melhoria de notas; • … relançamento institucional da TELESCOLA e não apenas transitoriamente como durante a pandemia.
Com vista à obtenção de inovação tecnológica, SUGIRO AO GOVERNO o recurso às reconhecidas competências (militares e civis) nas ciências e na tecnologia reunindo-as no Centro de Estudo e Projectos de Equipamentos de Defesa (CEPED) com os civis a serem militarmente graduados.
O desenvolvimento humano é a principal causa do desenvolvimento global e, portanto, do desenvolvimento económico. Há mais de um século que o analfabetismo foi erradicado na Noruega, mas entre nós, em 2021 ainda tínhamos 3,08% (maiores de 14 anos de idade) estatisticamente analfabetos. Vivendo a uma trintena de kms de Lisboa conheço analfabetos nas faixas etárias dos 40/50 anos. * * * SUGIRO AO GOVERNO… … que incumba o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) de criar a função ALFABETIZADORA destinada a ser preenchida por… • … quem esteja habilitado com o 12º ano de escolaridade ou equivalente… • … funcionários das Autarquias … • … funcionários das Instituições de Solidariedade … • … funcionários dos estabelecimentos prisionais.
Em República, todos temos os mesmos direitos e as mesmas obrigações – metaforicamente, o ar que respiramos é igual para todos. Em Democracia, ao Governo cumpre promover a igualdade de oportunidades mas nem todos querem delas usufruir (em especial na Educação) – metaforicamente, as lebres dormem ao relento. * * * Para que servirão as terras raras se o homem não lhe souber dar outro uso para além da produção de mandioca ou erva para o gado? E mesmo a actual corrida às terras raras parecerá uma infantilidade quando a síntese industrial desses elementos tão cobiçados estiver economicamente viabilizada. Ou seja, é a pessoa que mede o valor das coisas e estas de nada valem se não houver conhecimento humano que as valorize. Metaforicamente, a lebre dorme ao relento porque não sabe escavar uma toca. * * * De regresso à realidade humana, reconheçamos que a pessoa é o cerne do desenvolvimento e que elevados índices de formação bruta de capital fixo tão ao gosto do cavaquismo-keynesianismo de pouco valeriam se não se fizessem acompanhar por políticas de educação e formação profissional. Colhe, assim, perguntar o que fazer para deixarmos a velha modorra em que ciclicamente caímos após poucas mas voluntariosas chicotadas desenvolvimentistas. E, para poupar o enfado de quem me lê, cito apenas essa briosa iniciativa da Rainha D. Maria II que é a Academia das Ciências de Lisboa, hoje em pleníssima letargia e merecedora de epitáfio lacrimoso. Apareça quem a salve! Então, como minha PRIMEIRA SUGESTÃO AO GOVERNO deixo a ideia de que se salve a Academia das Ciências de Lisboa da inutilidade em que se encontra mergulhada expurgando-a da Secção das Letras e relançando-a nas Ciências, promovendo o estudo das Ciências junto da juventude por via equiparável à Telescola. Tarefa fácil, basta querer.
Na esperança de que alguém com poder de decisão as chegue a ler, sigo com mais SUGESTÕES AO GOVERNO… (continua)
PORTUGAL A guerra para que temos que nos preparar é muito diferente de todas as que tivemos que travar ao longo da nossa História e se alguma semelhança vier a haver, será na guerrilha rural e urbana caso alguém nos invada. E de guerrilha temos memória vivida. As «botas no terreno» exterminam civis e isso é o contrário do que pretendemos. O que nos interessa é a capacidade de destruirmos o poder de decisão do inimigo e não necessariamente a sua «carne para canhão». Temos que poder ter capacidade de agir à distância e com «inteligência», não corpo-a-corpo. • Em vez de Batalhões de «obrigados» com escassa preparação e precária militância, dediquemo-nos à formação e treino de pequenos grupos de «snipers» (mais Comandos, Fuzileiros, Paraquedistas e GOE´S) voluntários de cuja actuação isolada ou conjugada resulte a decapitação das chefias do inimigo – e que as armas de precisão sejam de fabrico nacional; • A reactivação do Regimento de Artilharia de Costa com Batarias fixas (e tecnologia da II Guerra Mundial) cria um conjunto de alvos para a Artilharia Naval inimiga exercitar a pontaria. Na guerra que nos bate à porta, a defesa da nossa costa carece de Batarias móveis municiadas com mísseis (de concepção e fabrico nacionais) e equipadas com geradores de «giga-raios» laser que cortem ao meio um navio inimigo e o ponha a pique em poucos minutos; • Antes que Xi Jin Pin invada Taiwan e deixe o Ocidente à míngua de «chips» (nomeadamente de uso militar), urge convidar o grande produtor taiwanês desse equipamento a instalar uma fábrica entre nós; • Já terá por certo acabado a guerra que agora nos bate à porta quando chegarem os 36 equipamentos franceses de defesa anti-aérea. E resta a pergunta sobre o porquê de tanta mândria nos impede de sermos incapazes de suprir essa nossa necessidade. Que vergonha! Sobram os argumentos que justificam a imperiosidade de criação do Centro de Estudos e Projectos de Equipamentos de Defesa (CEPED). E ao argumento de que não haja nas nossas Forças Armadas activos disponíveis para tais funções, respondo com a necessidade de procurar essas competências nas Universidades e politécnicos graduando-as, caso necessário em Oficiais Superiores ou mesmo Generais. O que não podemos é continuar no doce remanso da mândria. • Mas nem tudo tem que ser inovador pois há infraestruturas adormecidas que podem e devem ser reactivadas (Estaleiros Navais da Margueira) e outras com enorme potencialidade (Laboratório Militar, Escolas técnicas dos três ramos das Forças Armadas e das de Segurança) que merecem grande atenção das hierarquias militares e governamentais.
* * * … e quando o Apocalipse ribombar nos nossos céus, os sobreviventes, já cativos, hão de lastimar o tempo que gastámos a flanar nas praias e em futebóis em vez de estudarmos a lição de como projectarmos e instalarmos o sistema electrónico de defesa anti-aérea transformando em «boomerangs» os mísseis e drones inimigos. Resta a esperança de que se acelerarmos o passo ainda consigamos fazer alguma coisa de jeito antes que caia o Carmo e a Trindade.
Os cobardes abusam dos fracos, mas temem os fortes. * * * • O rearmamento europeu serve as Forças Armadas Europeias, e as de cada Estado europeu as quais servem na própria defesa bem como na defesa dos seus amigos, nomeadamente Ucrânia e Groenlândia. Mas servirão também nos campos operacionais a definir pela GAMO; • O rearmamento europeu deverá ser fruto da tecnologia e indústria europeia de defesa; • As Forças Armadas Europeias deverão ser solidárias com o «Espírito europeu» excluindo situações espúrias de proximidade com o inimigo. (continua) Março de 2025