SÃO VLADIMIR
Em Kíev, capital da Ucrânia e primeira capital oficial da Rússia (então Russ'), há 1125 anos, teve lugar por estes dias a cerimónia religiosa (Acção de Graças, ou Te Deum,) celebrada pelo metropolita Kirill de Moscovo e de todas as Rússias, para comemoração do 1125º aniversário do baptismo dos Russos na Fé Cristã Ortodoxa.
Vejamos o que nos diz o historiador Platonov a respeito desse baptismo, relatando a a lenda que nos foi transmitida através dos pergaminhos medievais.
Vimos anteriormente que o príncipe Vladímir, filho de Ígor e neto de Oleg e bisneto do escandinavo Riurik, tomou o poder em Kíev em 978. Em 988 ameaçou os césares de Constantinopla, exigindo que eles lhe dessem a mão de sua irmã Anna. Os bassileus, porém, responderam com negativa, alegando que não podiam dar a mão de sua irmã a um pagão. Vladimir retorquiu quen estava pronto a fazer-se cristão...
Voltando a Kíev, Vladímir deu ordem para derrubar os ídolos ou atirá-los para o Dniepre. "Depois - escreve o cronista - Vladímir mandou anunciar por toda a cidade: "Se alguém não vier amanhã ao rio - seja rico ou seja pobre, ou pedinte ou escravo - esse será meu inimigo". Ouvindo isto, com alegria lá foi o povo. E no dia seguinte, saiu Vladímir com os popes para o Dniepre e lá se reunia um número sem conta de pessoas, ficando lá umas com água até ao pescoço e outras com ela até ao peito... Os popes rezavam. E havia alegria no céu e na terra, pela razão de tantas almas salvas." A memória de Vladímir conservou-se nas "bylinas" (cantos populares épicos), onde frequentemente se recordam os seus festins:
Na gloriosa cidade
Em Kíev, com o carinhoso
Príncipe com Vladímir,
Como havia festanças...
Nota: O príncipe Vladímir é considerado Santo pela hagiologia ortodoxa russa
Joaquim Reis