CHEGOU O OUTONO ESPERADO!
O Brasil vive uma nova estação, o Outono de 2013.
Outono, estação que faz a transição entre o calor e o Inverno, vem dar o tom em novos tempos, quando a natureza se refaz a seu modo. Quando folhas velhas caem, para que nasçam novas, na sequência elementar da vida.
Nós todos desta Nação vemos e sentimos agora, com delicioso sabor, as mudanças que chegam e se aconchegam no seio do nacionalismo, para ficar.
Estes novos tempos possuem nomes, endereços, formas e características próprias.
Esperança ainda que tardia, brademos bem alto e bom som.
Fomos ao longo de anos e anos, o país do futuro.
Um futuro que se perdia e ainda se perde a cada amanhecer, nas filas intermináveis dos hospitais, sob a dor de irmãos desafortunados. E se vendo impotentes, passar a chance de cura e salvação, onde se morre sem nenhuma assistência, onde cidadãos do bem são tratados como animais.
Um futuro que se perdia e ainda se perde nas salas de aulas, sucateadas, poucas, diante da real necessidade, com mestres que deveriam ser respeitados por sua abnegação, serem vilipendiados por salários medíocres e de forma brutal e desumana, serem aterrorizados por alunos inescrupulosos.
Mas são de menores, à margem das leis e protegidos por defensores do nada. Há de se pensar na redução da maioridade imediatamente. O povo clama e exigirá.
Um futuro que se perdia e ainda se perde, na insegurança instalada de norte a sul, onde bandidos e facínoras possuem benesses inexplicáveis, amparados por leis imbecis, fazendo a todos, seus reféns.
Futuro também no abandono das forças militares do glorioso Exército Nacional, que sempre honraram a Nação e de policiais federais, militares e civis, ardorosos defensores da população, que sempre estão à disposição da sociedade, na defesa de um bem divino chamado “vida”, objecto tão descartável neste momento nacional.
O que se falar do futuro que se perde na covardia de se locomover para o dia a dia do trabalho e casa, na busca da sustentação ao lar, em transportes colectivos miseráveis, qual carregamento de porcos, passagens caras e que merece toda nossa repulsa?
E este volume de dor e sofrimento, se alastra mais ainda, quando vemos mistos de políticos e bandidos, ditos mensaleiros, não serem punidos com a força da lei, da ordem e da moral. A nação clama e exige prisão já.
Futuro que se perdia e ainda se perde e continua a ver o amanhecer cinzento dos aposentados, ilustres e dignos construtores de uma verdadeira e honrada Nação, serem esquecidos e vilipendiados pelo Governo Federal. Que país é este, que despreza quem o criou e o fez crescer?
Que futuro é este que protege, por bolsas duvidosas, pessoas que se aproveitam do statu quo oficial, para criar bolsões constantes de miséria, comércio de drogas e prostituição? Trabalhar para quê, pois temos o paternalismo covarde e crescente nos trópicos?
E nossa indignação cresce mai, ao vermos que tanto dinheiro público se faz jogado nos bueiros oficiais, da covardia nacional, do desrespeito, da malversação, do roubo às claras e engendrados na calada da noite, em gabinetes pomposos ou salas de hotéis cinco estrelas.
Um país que se vangloria de três eventos bilionários seguidos, subserviente a determinações estranhas, que exigem mudanças nas pessoas e ordens internas à custa da dor, do abandono, da desordem, da indigência de enorme fatia da população, agora aturdida e vendo onde se meteu. Tudo à custa de imagens políticas duvidosas.
As manifestações que se alastram pelos quatro cantos do país são nada mais que o reflexo e resultado da sequencia desastrada de actos perniciosos que agora se aproximam do fim.
Foi preciso que um ministro das leis, mineiro, negro, homem de brio e bem ganhasse notoriedade por sua correcção de postura, para que algo começasse a acontecer na terra de ninguém.
As passagens dos transportes colectivos foram a gota d'água.
Um fanático e membro do governo perguntou, “segundo a mídia diz”: mas o que está havendo, o que eles querem?”
Perguntas que não devem ser respondidas diante de tamanha mediocridade.
Ao contrário do que se disse em Brasília, não são somente estudantes, como se a expressão "só estudantes" fosse pejorativa ou questionável.
Não, Senhores, vocês estão cegos, junto aos estudantes que desfilam as suas reacções, estão aposentados, professores, profissionais liberais de toda a ordem, empresários, servidores públicos numa grita nacional uníssona.
Não há como voltarmos atrás.
Agora, faltam manifestações para a saúde, a educação, segurança, ordem geral, gasto público honesto, respeito às instituições e muita cidadania e punição aos bandidos, doa a quem doer.
A luta deve continuar com foco também no fim do voto obrigatório, que faz a cada eleição, a alegria e a riqueza dos currais eleitorais, antro de corruptos e inimigos da Nação decente.
Mas antes de tudo, manifestações gerais com civilidade, disciplina, organização sem desordem, sem vandalismo, mostrando a todos que os tempos são outros.
Excluam os anarquistas, entregue-os sim aos policiais e marchem com estes defensores, que também sofrem como todos nós.
O mundo assiste perplexo ao Brasil a sair da inércia e saltar para o futuro. A Nação cansada e explorada, dá hoje o seu grito de "acordei".
Muitos Verões, Invernos e Primaveras se passaram, tecendo teias e cultuando poeira de tempo, nos limites dos Outonos, que chegariam, tínhamos certeza.
Chegou finalmente o Outono verde e amarelo de 2013.
Agora, é prosseguir na caminhada, pois o povo possui a força que muda a Nação, constrói novos rumos e desenha horizontes esperados.
Estamos começando a ter de novo orgulho de dizer "sou brasileiro".
Outono: tempo de transformação, de preparo para novas vidas.
Bacharel em Direito