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A bem da Nação

OUTRO GRÁFICO ENGANADOR

 

 

 

Já por mais de uma vez tive de denunciar casos de estatísticas e médias que, por não considerarem outros factores influentes, levam a conclusões totalmente erradas. Tal como na antiga e bem conhecida história do frango. Se eu for a um restaurante com um amigo, eu comer um frango e ele ficar a ver, a estatística diz que cada um de nós comeu meio frango.

 

No programa Olhos nos Olhos de 11-3-2013, na TVI, o Dr. Medina Carreira apresentou um gráfico e concluiu – como era evidente no gráfico – que a perda de crescimento da economia portuguesa já vinha desde a década de 1960. O gráfico apesentava os números do crescimento da economia nos valores médios – lá estão as famigeradas médias! – de cada década. Não tendo gravado o gráfico, apenas falo de memória, mas julgo não estar enganado.

 

O valor médio para a década de 1960 era de uns 7%. Para a década de 1970, um valor médio um tanto mais baixo. Todas as outras décadas apresentavam valores sucessivamente mais baixos, numa linha sempre a descer. Conclusão: desde a década de 1960, o crescimento da economia portuguesa tem sempre vindo a diminuir.

 

 

Acontece que em 1973 o crescimento da economia portuguesa foi de cerca de 7%. A descida grande dá-se a partir de 1974, o que faz com que a (famigerada) média da década de1970 seja mais baixa do que a da década de 1960. Na realidade, a descida do crescimento da economia portuguesa começou em 1974 e agora estamos em recessão. Mas, é claro, acusar de qualquer mal o “libertador” 25 de Abril é crime de lesa majestade.

 

 

O Dr. Medina Carreira, que tem feito muito judiciosas considerações, é um grande arauto da insustentabilidade, pelo seu peso no orçamento, daquilo a que geralmente se chama o estado social. A responsabilidade pelo estado social pertence a três ministérios: da Saúde, da Educação e da Solidariedade e Segurança Social. O peso do conjunto destes três ministérios, como já mostrei noutro artigo neste jornal, é de 13% do total das despesas do estado. Mas não são os outros 87% que são considerados responsáveis; o mau é o estado social.

 

Lembro que estes números não são meus, mas do Orçamento Geral do Estado para 2013, que estão à disposição de qualquer um. E para analisar estes valores não é preciso ser doutorado em economia; basta a instrução primária.

 

 Miguel Mota

 

Publicado no Público de 25 de Março de 2013 

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