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A bem da Nação

A MINHA PERGUNTA

 

 

Palestras nas Necessidades. (Instituto Diplomático, 21 de Março, 2013)

 

 André Gonçalves Pereira

 

Falava o Prof. André Gonçalves Pereira sobre "Alternativas ao Império". Sala cheia – diplomatas, militares, jornalistas, estudantes de ciência política, etc.

 

No final, mais ninguém fez perguntas pelo que resolvi fazer eu:

 

- "V. Ex.ª teve a amabilidade de nos revelar a leitura que faz da nossa história e as constâncias que ali identificou reveladoras estas, segundo entende, da especialidade da nossa índole. Assim, nos inícios do século XVII, fomos expulsos da Ásia e do Extremo Oriente, onde havíamos conseguido os monopólios do comércio externo do Japão e da exportação de especiarias do Sudeste Asiático, posições que reverteram inteiramente para os Holandeses que delas se serviram para promover a prosperidade do seu país; no século XIX, fomos expulsos da América do Sul, onde tínhamos centuplicado a nossa dimensão territorial e, já nos nossos dias, fomos expulsos de África, onde geríamos activos territoriais e económicos de enorme valia. Agora entrámos para a Europa. Julga V. Ex.ª que desta vez a opção foi definitiva ou, de acordo com a tradição e por força da índole que nos atribui, seria de prever que também seremos expulsos da Europa?"

 

Respostas obtidas, até agora:

 

Do orador, in situ, (resumo): - A Europa atravessa uma grande crise o que torna reservado todo e qualquer prognóstico.

De um Catedrático de Medicina, jubilado, e-mail: - Ainda tenho esperanças que nem nós, nem nossos filhos e netos passemos por tal tragédia

 

De um Major General na reserva, idem: A pergunta não tem resposta

 

De um Engenheiro (autêntico) português residente em Paris, idem: - Não creio que desta vez a incoerência seja portuguesa. A Europa, com a moeda comum, e sem economias comparáveis entre si, nem sistemas sociais ou de impostos idênticos, foi uma enorme "légèreté" dos grandes países e constituiu um "presente" envenenado para os pequenos países, como Portugal. Foi uma incoerência que nem os portugueses antigos teriam a ideia de cometer. Os grandes europeus montaram um terrível "castelo de cartas", grandes e pequenas cartas heterogéneas, onde tudo depende de tudo.
O que fazem agora com Chipre (armado em "paraíso fiscal" para os russos...), já fizeram com a Grécia (que não sabe cobrar impostos e onde as contas do Estado eram falsas...). Ninguém quer ver cair o castelo de cartas. O que se faz é pedir sacrifícios ao povo dos países, todos do Sul. Esses países andaram vivendo a crédito ou gastando dinheiro emprestado com obras que não produziam riqueza (caso da auto estrada Guarda/Castelo Branco, de que eu gosto tanto...). Em França a "dançarina" é o sistema social em falência.
Em Bruxelas todos sabem isso e todos evitam "fazer ondas". Em Bruxelas e nas capitais, onde circula o euro, todos esperam o milagre que a economia mundial possa progredir já. O que é muito pouco provável.
Se algum pais pequeno quiser sair do euro os grandes países temem o colapso do sistema, o "efeito dominó", como se diz aqui. Se o povo vem gritar para a rua como em Madrid aplicam-se "panos quentes". A incoerência dos políticos europeus de há 10 ou 15 anos transformou-se numa grande lucidez, que consiste em não fazer ondas.
Ninguém pode esperar que depois da próximas eleições na Alemanha o governo alemão possa fazer mais que alguns gestos simpáticos com os mais fracos, incluso com a França, cujo belo "sistema social" funciona a crédito há muitos anos.
A fragilidade do castelo de cartas é o melhor seguro da sobrevivência e da solidez precária do sistema europeu. Há quem diga que a pior ameaça p ara o sistema europeu e do euro, seria quando a Alemanha, sozinha ou com dois ou três outros países do norte descobrirem que poderiam funcionar com vantagem sem o euro e resolvessem sair da moeda e do sistema.
Moralidade: o empobrecimento actual dos países mais fracos como Portugal é talvez menos grave que um estouro do euro
.

 

De um Arquitecto brasileiro fixado em Portugal, id.:- Realmente acho que é isto (expulsão do Euro) vai acontecer mas, para onde iremos ?!

 

De um sul-africano, membro do CA da Future World Foundation, id.: - Acontecerá dentro de dois anos.

 

 

Luís Soares de Oliveira

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