Se as participações empresariais do Estado têm mesmo que ser vendidas, então que o sejam em Bolsa, sem lotes mínimos de acções, de modo a que as pequenas poupanças lhes possam aceder
11 comentários
Adriano Miranda Lima 05.02.2013 23:42
Esta máxima é proferida por um economista, ou seja, por quem entende da poda. Além disso, é pessoa de bom senso e patriota. Portanto, conjugam-se todas as condições para eu estar de acordo.
Mas a sugestão do avião da Tap leva-nos a pensar que seria uma forma de irmos todos de aviãozinho, provavelmente de vez. Porque se os sete cães ao osso deu no que deu, a sua multiplicação seria um "ver se te avias" definitivo. E sem regresso. Berta Brás
Bem observado! A democratização do acesso ao capital seria realmente um objectivo de democratas. O problema estará em encontrá-los precisamente nos espaços financeiros.
Sr. Dr. Desta vez, não estou de acordo consigo. Dispersos em Bolsa, só uma participação minoritária. A participação maioritária terá que ser de um operador que saiba da poda com quem se possa contratar as condições que pretendemos. Se uma participação maioritária for dispersa em bolsa, às duas por tres, aparecia um tipo qualquer a mandar naquiilo e que não se tinha comprometido a nada (foi o que aconteceu com as privatizações das empresas da União Soviética)
Eu estou totalmente de acordo com tudo o que seja financiar-se internamente. Uma das razões é o facto de os juros ou quaisquer outros rendimentos desse investimento entrarem na economia portuguesa em vez de serem, como já escrevi, deitados pela janela fora. Transcrevo aqui dois escritos já antigos: "A propósito das famigeradas agências de "rating", continuo a não compreender - e ainda não houve uma alma caridosa que me explicasse - porque é que o governo se vai financiar ao estrangeiro, a pagar juros de 5% ou mais. Se pagar 3% aos Certificados de Aforro, tem todo o dinheiro de que necessita, economiza um dinheirão e os juros, em vez de serem deitados pela janela fora, são lançados na economia nacional, onde podem ser muito úteis." (DN de 8 de Maio de 2010). "O governo e particularmente o Ministro das Finanças têm referido repetidas vezes que tudo o que der ao estrangeiro sinais de debilidade financeira prejudica enormemente o país porque lhe cobram mais elevados juros - por o empréstimo ter mais risco - quando se pretendem financiar no estrangeiro. Sabe-se que a dívida já é grande e, consequentemente, os portugueses têm de trabalhar muito para pagar juros altos. Alegou-se que foi para o país não ficar ainda mais mal visto e lhe agravarem os juros a pagar por empréstimos que os portugueses viram uma quantia astronómica do seu dinheiro, mais de 4 mil milhões de euros (mais de 2% do PIB!) ser entregue um banco "nacionalizado" (em verdadeiro socialismo ao contrário1) que agora dizem que vai ser posto à venda, sabe-se lá por que miserável preço. Em Portugal há bastante gente com dinheiro para investir. Por esse motivo os bancos estão constantemente a anunciar bons investimentos, embora muitas vezes os resultados do pobre investidor nem sempre concretizem as belas promessas. Logicamente, a pergunta que qualquer cidadão pode fazer é muito simples: porque é que o governo vai pedir dinheiro - caro - ao estrangeiro, em vez de se financiar em Portugal? Qual é a razão do estado pagar tão miseráveis juros pelos Certificados de Aforro (o que já me levou a chamar-lhes certificados de desaforo2), certamente muito menos do que paga ao estrangeiro, pois nenhum financeiro digno desse nome emprestaria dinheiro tão mal remunerado. Essa política financeira já levou muita gente a desfazer-se de tão pobre papel e os jornais anunciaram que, nos últimos tempos foram mais os que saíram do que os novos que entraram, o que mostra o erro de tal política. Seria bom que o governo explicasse porque é que se vai financiar ao estrangeiro, em vez de o fazer em Portugal. Em vez desses avultados juros serem entregues ao estrangeiro, não poderiam ficar em Portugal, o que algo ajudaria a nossa economia? 1 - Mota, M. Socialismo ao contrário, Linhas de Elvas de 6 de Novembro de 2008 2 - Mota, M. Certificados de desaforo, Jornal de Oeiras de 12 de Setembro de 2006". ("Linhas de Elvas" de 11 de Fevereiro de 2010) Com os meus cumprimentos. Miguel Mota
Democratizar o acesso ao capital , não tenho a certeza se é autorizado em países de regime fiscal de natureza Stalinista, vigiado por comissários serviçais. Quanto ao avião , podiamos fazer pontes aéreas , logo a seguir aos congressos dos partidos , directo para a Zimbabwe. País moderno a precisar de forte contributo de espirito democrático tipo luso.
Embora que, em se tratando de nacionalizações, cada caso é um caso, particularmente é recomendável a democratização do procedimento, visando dar possibilidade de uma maior participação pública no processo. O caso em apreço, parece merecer uma análise mais pormenorizada, mas "a priori" me parece adequada uma forma de participação mais coletiva no acesso ao seu capital social.