Uma notícia por dia - 22 de Outubro
"Jornal de Notícias"Medidas para combater dependência face ao petróleo serão apresentadas em Novembro
OGoverno ponderou a hipótese de recorrer à energia nuclear como forma de reduzir a dependência do país face ao petróleo. No entanto, o Executivo acabou por recuar e a medida não consta do relatório ontem apresentado ao Conselho de Ministros pelo ministro das Actividades Económicas, composto por uma série de iniciativas que visam justamente reduzir a dependência da economia face àquela matéria-prima.
Ao que o JN apurou, em cima da mesa esteve ainda a possibilidade de ser relançado o projecto da barragem de Foz Côa para aumentar a produção hidroeléctrica, mas o facto de a zona estar parcialmente "na alçada" da UNESCO por causa das gravuras rupestres, assim como a possibilidade de vir a ser construída a barragem do Sabor, levaram a que também esta hipótese não tenha sido incluída no documento final.
O relatório, discutido ontem pelo Governo e que dará origem a uma resolução a ser aprovada nas próximas semanas e conhecida até ao final de Novembro, aponta como metas, até 2010, a redução em 20% do peso do petróleo no balanço energético nacional (de 62 para 42%), a quebra em 20% da intensidade energética do Produto Interno Bruto, assim como a diminuição em 15% da factura energética (que rondou os quatro mil milhões de euros em 2003).
O documento, cuja elaboração foi coordenada por Álvaro Barreto, mas que contou com contributos dos titulares das Cidades, Agricultura, Obras Públicas, Ambiente e Ciência, retoma várias propostas da Política Energética do anterior Governo.
Esse documento, baseado numa resolução do Conselho de Ministros, elencava uma série de propostas assente em três objectivos essenciais: segurança do abastecimento nacional, fomento do desenvolvimento sustentável e promoção da competitividade da economia.
Entre as 40 medidas previstas, reafirmava-se a necessidade de diversificar as fontes energéticas e de aproveitar os recursos endógenos, de forma a alcançar o objectivo de, até 2010, produzir 39% da electricidade com base em energias renováveis. O documento apostava ainda no avanço da liberalização dos combustíveis, do gás natural e electricidade.
O JN tentou, sem sucesso, questionar o Ministério das Actividades Económicas sobre as opções equacionadas e as previstas no relatório de Álvaro Barreto.