SILÊNCIOS
(*)
Silêncios de paz, silêncios constrangedores,
Silêncios úteis na altura exacta,
Silêncios ensurdecedores
De um ruído que mata.
Silêncios de cumplicidade,
Ausências de palavra,
Plenos de sentimento e verdade
Que no fundo das mentes lavra.
Silêncios de solidão,
Companheiros da escuridão.
Silêncios de luz e cor,
Repletos de paz e amor.
Silêncios de apatia ou ignorância,
Silêncios de ironia ou arrogância.
Silêncios de melancolia
De vidas já passadas,
Numa doce melodia
De memórias já usadas.
Silêncios de sonhos futuros,
Esperança de dias não duros.
Silêncios maus, silêncios bons,
Silêncios sós e acompanhados,
Silêncios em todos os tons,
Silêncios nem sempre dourados.
Silêncios transparentes ou indecifráveis,
Silêncios planeados ou incontroláveis,
Silêncios breves, longos, sem fim,
Tantos silêncios enfim...
Silêncios em tão diferentes momentos,
Quão diferentes são os sentimentos.
Silêncios que não falam mas significam,
O que mil palavras não explicam.
Helena Salazar Antunes Morais