Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

A bem da Nação

ONDE ESTÁ O PODER EM PORTUGAL? - 3

 

   

A maioria dos políticos não tem preparação alguma para os cargos que ocupam e apenas tentam melhorar a sua performance de actores bem-parecidos e bem-falantes para terem boa imagem à frente das câmaras.

 

O Estado Português assumiu, logo a seguir ao 25/4, que só se fez asneiras nos últimos 500 anos e por isso voltou as costas ao mar (e passou a ensinar isto nas escolas); que a partir daquela data, nós seríamos amigos de todos e que haveria reciprocidade, logo não teríamos ameaças e portanto não precisávamos de diplomacia nem tropas: se por acaso houvesse algum problema (quase um símbolo de impossibilidade), lá estaria a NATO para nos defender, e quanto às questões económicas o novo “El dourado” da CEE responderia às nossas necessidades, dando-nos de comer e boa vida…

 

O Estado Português passou a comportar-se como se Portugal não tivesse interesses e portanto ignorou a Geopolítica e menorizou a Estratégia.

 

Não tendo um pensamento político e estratégico a escorá-las, a esmagadora maioria das decisões resumem-se à conquista dos votos para alcançar o Poder (não é por acaso que o calendário das inaugurações estão intimamente ligadas aos ciclos eleitorais, o que requer dinheiro, cada vez mais dinheiro…) e em arregimentar negócios para si e os amigos ou correligionários.

 

O resultado, apesar de escamoteado durante anos e anos, está agora à vista de todos e já não pode ser escondido. Mas a população está longe, muito longe, de se aperceber da dimensão do desastre. Vai-se limitando a sobreviver…

 

Acresce a tudo isto, que o Estado Português depois de ter aderido à CEE, sem qualquer consulta à Nação – palavra cirurgicamente extirpada de qualquer documento oficial ou discurso público – se tem vindo a auto destruir. A razão é simples: a UE apenas se pode construir com o desaparecimento dos Estados nacionais que vão, sucessivamente, passando competências e soberania para aquela organização jurídica e politicamente indefinida (ou mal definida).

 

Ora, a passagem de uma realidade a outra exige uma transição. É nisso que estamos e ninguém sabe como o fazer, nem se entendem. E pensar que há filantropia nas relações internacionais é uma ingenuidade que mata.

 

Acontece que, aparentemente, o sistema financeiro internacional se descontrolou. Julgo que é apenas “aparentemente”, dado que os objectivos prendem-se com ganância; concentração (ainda maior), de riqueza em poucas mãos; guerra entre o dólar e o euro; aumento de poder para forçar a decisões políticas e preparação psicológica da opinião pública para aceitar imposições desmedidas.

 

A nível da UE, podemos estar a assistir a um “esticar de corda” de modo a que se crie uma verdadeira crise donde só se “poderia” sair com o avançar do federalismo, a começar na integração das economias, obviamente orientado pelo eixo franco-alemão. Quando os franceses já não conseguirem aguentar a Sr.ª Merkel, irão voltar-se para os ingleses. Pode dar guerra!

 

Se isto não for travado, Portugal desaparece…

 

Numa palavra: nas últimas duas décadas assistimos ao Estado Português a desconstruir-se a si próprio e a subverter (e a deixar subverter), a Nação dos portugueses. Uma das datas chaves deste último processo foi a liberalização das televisões.

 

Por falar em televisões, envolvendo tudo o que acabámos de dizer, existe a “ditadura” da comunicação social, o dito “quarto poder” de que se auto-arrogam, mas que ninguém elegeu e os políticos tardam em regulamentar com critério. O verdadeiro dilúvio noticioso (e programação “Pimba”), cuja liberdade de informar corre paredes-meias com a liberdade de manipular, provoca na maioria das pessoas a impossibilidade de estar informado…Mas consegue influenciar através de numerosas mensagens subliminares, que constantemente são emitidas.

 

Destrinçar entre o Bem e o Mal numa sociedade mediática onde impera o relativismo moral, é apenas alcançável por muito poucos. Ora o sistema democrático não está baseado na qualidade mas sim na quantidade dos votos…

 

Em síntese, a “aparência” do Poder está atomizado e disperso, resultando que nada de útil se produz para os povos (que supostamente deviam servir), sendo que a única capacidade real existente é a de cobrar impostos – enquanto a polícia funcionar e a população não se revoltar.

 

Mas é uma
situação muito conveniente para quem, com poder “de facto”, conseguir manobrar e mandar por “debaixo da mesa”.

 

Esta situação é nova na História de Portugal – com os contornos actuais – e muito perigosa, sobretudo porque o Poder Nacional desceu a um patamar crítico.

 

Tomar consciência disto é o primeiro dever de todos os bons portugueses. Colocar verdadeiros portugueses aos comandos da Pátria, é o segundo.

 

13/10/2011

 

João J. Brandão Ferreira

4 comentários

Comentar post

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D
  248. 2006
  249. J
  250. F
  251. M
  252. A
  253. M
  254. J
  255. J
  256. A
  257. S
  258. O
  259. N
  260. D
  261. 2005
  262. J
  263. F
  264. M
  265. A
  266. M
  267. J
  268. J
  269. A
  270. S
  271. O
  272. N
  273. D
  274. 2004
  275. J
  276. F
  277. M
  278. A
  279. M
  280. J
  281. J
  282. A
  283. S
  284. O
  285. N
  286. D