TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
Napoleão Bonaparte (1769-1821)
Fonte: Internet Wikipédia
“Tamanho não é documento”, diziam os antigos quando coisas grandes ou pessoas altas não correspondiam a contento. Mas eis que chegam as modernas pesquisas que, de forma discriminatória, querem demonstrar que os mais altos são mais destacados e felizes.
Publicado recentemente em renomada revista do país, o artigo diz que a média da altura dos brasileiros, segundo as estatísticas do Exército, cresceu sete cm no prazo de 30 anos. Divulga também, que ser mais alto é indicativo de ser mais saudável (fonte: American Journal of Cardiology), mais inteligente e ter mais probabilidades de sucesso na carreira profissional.
É evidente que, com a ajuda nutricional farta e variada, com as vacinas preventivas de doenças na infância, e os tratamentos médicos mais acessíveis à população em geral, o Homem tenha conseguido aumentar a média de crescimento e de tempo de vida. A história mostra e comprova por estudos antropológicos que o homem contemporâneo é mais alto que o pré-histórico, mas daí exaltar a altura
como o indicativo de sucesso social, é no mínimo um olhar preconceituoso.
Até numa visão inicial, mais impessoal e distante, pode-se dizer que a altura traz maior visibilidade. Todavia com uma avaliação mais próxima, aquilo que se quer como verdade, nem sempre se confirma. É como uma foto que mostra a impressão gráfica de um momento da nossa universalidade, e não o verdadeiro Eu, o integral, a realidade.
Alto ou baixo, cada um tem qualidades e defeitos, vantagens e desvantagens, independentes ou associadas à estatura. Mas acaso não são as limitações que nos levam a lutar pelas superações? Não é a necessidade o combustível para grandes transformações que mobilizam a Humanidade!
A ciência confirma: o DNA determina o nosso limite. Completa a antropologia: porém atingi-lo não depende só da alimentação e prevenção de doenças, mas também do ambiente, motivações e empenho para se atingir o seu máximo.
As diferenças entre os homens são naturais e bem-vindas, pois trazem a riqueza da variedade, o potencial das opções. Se assim não fosse, como explicar a importância de Napoleão, ou o poder de sedução de Marilyn Monroe, ambos baixos para os parâmetros métricos actuais de sucesso! Não é o tamanho ou a aparência da matéria que determina o carisma, o êxito do indivíduo, mas sim seus divinos
dons, bem lapidados!
Uberaba, 06/05/12