SONETO DE UMA ESTROFE SÓ
PRELÚDIO
Sulcando essa região pantanosa,
Aureolada d’azáleas floridas,
Debaixo dum Azul claro e jucundo,
És Natureza, bela e poderosa,
De Vidas no Horizonte perdidas.
És, aqui e agora, em todo o Mundo
O Graal em que o Messias bebeu.
És o passado, presente e futuro,
Ondulado em notas musicais,
Que o Espírito Genial teceu,
Assopradas por olímpicas flautas,
Plasmadas em linhas horizontais,
A que os Deuses chamaram de Pautas.
Teus Pais são Humanos Compositores,
Auréola sonora de Maestro,
Colecionaste Ódios e Amores,
És, sim, a minha Paixão, o meu Estro.
És, de muitos, fuga da Solidão,
De ti, nascem Esperança e Súplica.
Vives no Palácio e no Tugúrio,
Do Mito Grito ao doce Murmúrio.
És Esteio Universal! És a Música!