«ALLGARVE NATIONS» E O DESENVOLVIMENTO DO SOTAVENTO ALGARVIO
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Para iniciar convém recordar, em primeiro lugar, que o turismo para ser económica e socialmente útil deve ter objectivos ligados à maximização da riqueza das populações envolvidas, além das empresas de maior porte que frequentemente não têm as suas sedes no território abrangido e portanto não contribuem totalmente para aquele objectivo, mas que são essenciais para a estrutura global da actividade. E em segundo lugar que o Governo definiu claramente a prioridade para o desenvolvimento urgente de actividades marítimas.
Posto isto analisemos os três factores mais importantes para se atingir esta maximização:
1º Factor: aumentar a incorporação de fornecimentos de bens e serviços por empresas locais desde matérias-primas alimentares (em vez de importações) que deverão primar pela qualidade, até aos serviços que importa oferecer aos clientes cujo perfil seja correspondente àquela maximização.
E quais são esses serviços? Para responder a esta questão importa analisar o
2º Factor que é: como se caracteriza o cliente alvo?
-Ter nível de vida igual ou superior a médio/alto
-O que ele quer comprar e/ou viver quando viaja em turismo?
Experiências inéditas como paisagens excepcionais (temos algumas mas insuficientes), costumes interessantes –danças, música, artes diversas (idem ), gastronomia (boa mas limitada), caça (ainda algo atrasada), pesca desportiva e outras actividades náuticas (quase nada existente por ausência de postos de atracação, existem no Sotavento cerca de 450 e deveriam ser 10 000), turismo rural e cultural (de que há exemplos excelentes e que merecia ser incentivado)
3º Factor: é indispensável planear as actividades a desenvolver no Sotavento de forma a melhorar o seu produto turístico (porque só o golfe não chega) e diminuir a taxa de sazonalidade que custaria muito menos que 2,5 milhões, tanto mais que a maioria dos investimentos deverão se realizados por empresas privadas, que é o montante para o programa de Allgarve Nations que poderá ser divertido mas pouco ou nada contribuirá para convencer o cliente alvo prioritário a vir aqui e assim se melhorar o nível de vida da população e criar os postos de trabalho que tanta falta fazem e que devia constituir a prioridade máxima de toda e qualquer iniciativa governamental e privada como esta.
Tavira 15 de Dezembro de 2010