CAPITALISTAS RICOS E ENRIQUECIDOS… (DEVANEIOS)
Forrest Lucas
À primeira vista, os étimos ricos e enriquecidos apresentam-se aparentemente como sinónimos, muito embora exista um mundo de divergências entre um e outro pelos processos adoptados. É facto vulgar que um homem trabalhador, honesto, poupado e com tino de bom economista faz e multiplica seus lucros e investe-os em novos empreendimentos até atingir um alto nível. De contrário procede o enriquecido que por negócios escuros e à custa de muita corrupção, numa rapidez inexplicável, faz-se um grande capitalista (Cf. Os étimos riqueza e enriquecimento in Dicionário da VERBO/ACL).
Para os Cristãos, a riqueza não é pecaminosa. Ela é legítima, útil e necessária para o desenvolvimento dum país, desde que não esteja associada à política da exploração de assalariados com baixos proventos, sem protecção adequada de reformas, de seguros contra acidentes de trabalho, de doenças ambientais e de desemprego, este chocantemente afectando milhares dos nossos compatriotas.
A riqueza individual ou empresarial produzida no país deve estar sempre ao serviço dos mais carenciados e nunca deve ser posto o seu uso em escandalosas mordomias e chorudos salários aos dirigentes, por via de favoritismo partidário. Esta calamidade tem de ser combatida por todos portugueses e, sobretudo, pelos que no Parlamento são os representantes do povo! É inconcebível que empresas nacionais do Estado Português, na sua actual situação deficitária, continuem a fomentar as mordomias para seus apaniguados…
O grande moralista húngaro Prof. Dr. Rev. Tihamer Toth no seu livro “Leis Esquecidas” (Coimbra, 1950) dedica todo o Capítulo XLIX (“Os perigos da riqueza”, págs. 726 a 740) a este assunto, com judiciosos comentários sobre esses perigos e os métodos para seu combate. Fala do poder tirânico do dinheiro, condena as lutas familiares de heranças em que o filho seja capaz de matar o pai… (Pág.729), mais acrescentando que “desde que lhe cheire a dinheiro, tudo desaparece a seus olhos” (loc. cit.).
A riqueza pode ser o grande motor do desenvolvimento do País e do seu povo. Urge apenas que a Administração Pública saiba dirigir a máquina financeira com crédito e muito saber, sem as fantasias de rede ferroviária TGV e de aeroportos no sul de Portugal. Para remate: a revista “FORTUNE” (Volume 165, Nº3, de 27-02-2012), relata-nos a vida dum mecânico de reparações de camiões, filho dum pedreiro alcoólico, que deixou a casa aos 15 anos (1958), para honestamente fazer diversos negócios até se tornar um potentado petrolífero, “Lucas Oil & Co.”, com lançamento de aditivos para motores de 200 espécies em 27 países. É um belo modelo de capitalista rico, de seu nome Forrest Lucas, digno de imitação pelos portugueses!
Alcobaça 27-02-2012
Domingos José Soares Rebelo
Para saber mais, ver: http://money.cnn.com/2012/02/15/smallbusiness/lucas_oil_forrest.fortune/index.htm