(resumo de acontecimentos de três anos: 2008-2011)
TOPONÍMIA EM PORTUGUÊS
A Câmara Municipal de Olivença decidiu começar a recuperar os antigos nomes em português das ruas da localidade.
A iniciativa partiu, claro, da associação cultural “Além Guadiana” que apresentou à Câmara e aos diferentes representantes políticos de Olivença um projecto pormenorizado para a valorização da toponímia oliventina, com unânime aceitação.
O projecto, com início a 12 de Junho de 2010, e que prossegue, estando já quase confluído em Janeiro de 2011, contempla a adição dos antigos nomes das ruas aos actuais, mantendo a mesma tipologia e estética nas placas. Assim, resgatam-se as denominações das ruas, dos becos, das calçadas, etc., que configuram o conjunto histórico encerrado nas muralhas abaluartadas, com um total de 73 localizações.
Recorde-se que a maior parte da toponímia urbana de Olivença foi substituída ou modificada na primeira metade do século XX, embora quase todos os nomes continuassem a ser utilizados pela população apesar das alterações, como nos casos da rua da Rala, da rua da Pedra, da Carreira, etc.
A Associação "Além Guadiana", num comunicado, esclarecia: «os antigos nomes das ruas falam-nos do passado português da "Vila", como popularmente é conhecida a cidade, desvelando aspectos diversos, amiúde desconhecidos, da sua história. Estes remontam a séculos atrás, muitos deles à Idade Média, aludindo a pessoas ilustres da História, a antigos grémios de artesãos, a santos objecto da devoção popular ou à fisionomia das ruas, entre outros aspectos. "A rua das Atafonas, a Calçada Velha, o Terreiro Salgado e o beco de João da Gama" são alguns exemplos.»
Mais dizia a comunicado: «Com esta iniciativa pretende-se, enfim, realçar um interessante componente da rica herança cultural oliventina, a toponímia, contribuindo para testemunhar a história partilhada deste Concelho e para a tornar visível em cada recanto intramuros. Os nomes ancestrais dos espaços públicos conformam uma janela que convida a assomar-se e a explorar a apaixonante história de Olivença. Expressados na sua originária língua portuguesa, constituem o testemunho vivo de uma cidade onde se respiram duas culturas e são um veículo que encoraja os mais novos a manter a língua que ainda falam as pessoas mais velhas o município. Para a associação Além Guadiana, trata-se de uma iniciativa com fins didácticos, culturais e turísticos, com a qual se resgata para o presente uma parte do passado oliventino.»