COISAS DA ÍNDIA
COCHIM
A vida para os portugueses, depois de terem chegado à Índia, pela primeira vez em 1498, não foi um jardim de rosas. Não existiam pompas de recepção pelos nativos ou bem-vindos pelos mercadores "mouros" que compravam as especiarias para depois as enviarem para os mercados tradicionais da Europa: Veneza, Piza e Génova. Os portugueses eram tomados como novos concorrentes e mal vistos.
Pedro Álvares Cabral na expedição à Índia em 1502, logo após ter descoberto o Brasil, foi muito mal acolhido em Calecut. Os mouros atacaram-no ficando assim desencorajado de assentar arraiais.
Seguiu os conselhos de Gaspar da Índia para navegar mais para Sul. Cabral pensando que em Cochim lhe fosse acontecer o mesmo que em Calecut, não se aventurou atracar os seus barcos junto à costa. Durante a curta estadia em Calecut, frei Henrique Coimbra, conseguiu converter um nativo e baptizou-o com o nome de Miguel.
O novo cristão foi enviado a terra para colher informações e saber se Cabral poderia ser recebido. Miguel regressa com a boa nova: os galeões podem ancorar no porto, permutar e carregar os porões de especiarias.
Desde logo, o Rei de Cochim autoriza Cabral a construir uma feitoria e fica a cargo dela um fidalgo de confiança, Gonçalo Gil Barbosa. Foi assinado um Tratado de Comércio, Navegação e Amizade. As Naus regressam a Lisboa carregadas de pimenta e Cabral faz o convite ao Rei de Cochim que mande um Embaixador, homem de sua credibilidade para ir com ele até Portugal. Fica, com isto, criada a estabilização para uma base de consolidação dos desejos dos portugueses para a futura expansão no Oriente.
José Gomes Martins
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