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A bem da Nação

A ESSÊNCIA DO PROGRESSO -8

 (*)

A caminho da Universidade ou da valeta?

 

 

 

Em 2011 o Recenseamento Geral da População (cerca de 10,4 milhões de habitantes) disse-nos que naquele momento havia 9% de analfabetos estatísticos; como a definição de analfabeto estatístico é a do que não sabe ler nem escrever, isso significava cerca de 936.000 portugueses; para que em 10 anos alcancemos a taxa europeia de 0% de analfabetos, teremos que ensinar a ler e escrever (ou enterrar) por ano cerca de 93.600 cidadãos; se admitirmos que o analfabetismo se distribui uniformemente pelo País, temos então que ensinar a ler e escrever (ou enterrar) anualmente cerca de 307 cidadãos dessa categoria em cada um dos 305 Concelho do Continente e das Ilhas.

 

Mas dir-se-á que o objectivo de anulação do analfabetismo estatístico é utópico. A isso respondo com o facto histórico de nos anos 20 do séc. XX ter sido descoberto um adulto analfabeto que vivia num recanto isolado de um fjord na Noruega em que o escândalo foi tal e tanto que o Governo caiu. Será utópico querermos acabar com o analfabetismo estatístico em Portugal no ano de 2021 ou será uma vergonha nacional nessa época ainda termos 1 único analfabeto que seja?

 

Em conformidade com os elementos provisórios do Recenseamento Geral da População de 2011, podemos resumir a situação dos portugueses perante o Ensino formal do seguinte modo:

 

Sem qualquer grau de Ensino formal = 50%=       5 200 000

Com o Ensino Básico completo = 25           =        2 600 000

Com o Secundário completo = 13               =        1 352 000

Com licenciatura = 12                               =        1 248 000

 

Então, se quisermos em 10 anos transformar esta situação em algo parecido com o que em 1998 de melhor sucedia na Europa (Suécia, p. ex.), então o esforço passa por em 2021 termos 30% de licenciados, 48% da população com o Secundário completo, 22% com
o Básico completo e 0% sem qualquer grau de ensino.

 

Se não introduzirmos qualquer dinâmica (positiva ou negativa) na nossa estrutura populacional, isso significaria que em 2021 as diferentes classes deveriam ser como segue:

 

Sem qualquer grau de Ensino = 0%                 =                  0 pessoas

Com o Ensino Básico completo = 22                 =     2 288 000

Com o Secundário completo = 48                     =     4 992 000          

Com licenciatura = 30                                     =     3 120 000    

 

Em relação aos números de 2011, isso significa os seguintes movimentos aproximados:

  • Dar alguma escolaridade (1º ciclo, p. ex.) a 5 200 000 pessoas, para além das que normalmente já o fariam (crianças), o que significa mais cerca de 520.000 alunos primários por ano, muitos dos quais adultos;
  • Fazer anualmente completar o Secundário a mais cerca de 364.000 alunos (jovens e adultos), para além dos que já naturalmente o fazem;
  • Fazer concluir anualmente uma licenciatura a mais cerca de 187.200 portugueses, para além dos que já naturalmente o fazem.

 

Este esforço tem que ser feito se quisermos igualar os melhores mas, atenção, não estou a considerar variáveis tão plausíveis como as inerentes à evolução dos próprios índices desses Países mais evoluídos. Estou a considerar um modelo teórico em que faço variar um factor et ceteris paribus, o que na realidade nunca sucede.

 

(continua)

 

 Henrique Salles da Fonseca

 

(*)http://www.google.pt/imgres?q=borla+e+capelo&um=1&hl=pt-PT&sa=N&biw=1024&bih=735&tbm=isch&tbnid=SOxGfZi4eQXuLM:&imgrefurl=http://virtualandmemories.blogspot.com/2010_03_14_archive.html&docid=SkC8v6uKo6f_0M&imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_nPHTbRJlbJ8/S6KoOi8wMdI/AAAAAAAAC_w/VZEwv8SrMFo/s400/Cb%252Bcortejo%252Bformandos.jpg&w=393&h=400&ei=jJ0yT5iSE4uf8gOH-b3rBg&zoom=1&iact=hc&vpx=93&vpy=314&dur=81&hovh=226&hovw=223&tx=144&ty=131&sig=109573699884915906692&page=1&tbnh=134&tbnw=132&start=0&ndsp=24&ved=1t:429,r:18,s:0

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