A ESSÊNCIA DO PROGRESSO -2
De que base partimos? Que população somos?
A primeira constatação que temos que fazer é a de que somos poucos: escassos 10 milhões de residentes.
Mas há outros Países com menos gente e que são muito mais ricos que nós.
Sim, mas com um poder médio de compra superior ao nosso, o que faz com que o seu mercado doméstico possa ser maior que o nosso e, desse modo, viabilizar negócios que em Portugal são inviáveis sem exportação.
Um dos primeiros objectivos será, pois, o de aumentarmos o mercado doméstico.
Mas como será isso possível?
Aumentando o número de residentes e/ou aumentando o poder médio de compra.
Aumentar o número de residentes consegue-se: pela via natural do crescimento da natalidade, da redução da mortalidade e do aumento da longevidade; pela via económica do aumento da qualidade de vida no País de modo a que a emigração se reduza e a imigração aumente.
E o poder médio de compra, como se aumenta? Eis a questão principal.
É escusado pensarmos que o aumento sustentado do poder de compra se consegue por Decreto: a contratação colectiva foi frequentemente comida pela inflação mas tratou-se de decretar aumentos que nem todas as empresas podiam suportar; entre inflação nas épocas de crescimento e despedimentos nas de retrocesso, é escolher.
O aumento sustentado do poder de compra das populações só se consegue se houver um acréscimo de produtividade do trabalho, se quem produz tiver melhores habilitações técnicas para o desempenho da função de que está encarregado, se o valor acrescentado por
trabalhador aumentar, se se tratar de produzir bens ou serviços de cada vez maior valor acrescentado. Tudo o que não seja isto, será artificial e, portanto, efémero; e o que procuramos é a sustentação e não a precariedade.
Que os Países já considerados desenvolvidos cresçam percentualmente pouco, não admira pois já cresceram muito em termos absolutos; o que choca é nós termos crescido percentualmente pouco sem nunca termos crescido muito em termos absolutos.
Vejamos o nosso perfil geral.
(continua)
Henrique Salles da Fonseca