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A bem da Nação

FELIZ NATAL

Augusto Gil (1873-1929) foi um poeta portuense, adoptado pela cidade da Guarda, formado em Direito em Coimbra, funcionário
público em Lisboa, onde morreu. Muito popular no seu tempo devido à beleza das suas poesias, ele escreveu na Guarda em 1924 as seguintes quadras das onze de 'Per Amica Silentia' (Durante Silêncios Amigos), de "A Frauta de Cana":

 
Em débil toada e com sopro enfermo
Distraio-me a tocar frauta de cana
Para encurtar as longas horas do ermo,
Com que a minh'alma tímida se irmana.
 

 
E  tão mesquinho sai, tanto se esconde
Esse meu vago cântico de poeta
Que só se torna audível até onde
A minha vaga sombra se projecta...
 
Nem há mais gémea e grata companhia!
Como lhe quero bem, à solidão!
Nela voa - liberta - a fantasia
E escuto, no meu peito, o coração...
 
Se alguém tivesse o mágico poder
De pôr-me ao lado o que maior pareça
De altaneiras cidades -- para as ver
Nem voltaria ao menos a cabeça...
................................................
Neste tumulto dissonante e rudo
E nesta vil charrice engalanada
Onde qualquer medíocre chega a tudo,
- Eu sinto a doce glória de ser nada...
............................................

FELIZ  NATAL!

 
Mário Beirão (1892-1965), natural de Beja, que lhe dedicou uma estátua,  grande poeta saudosista e português de cepa, (foi o autor da letra do hino da Mocidade Portuguesa), formado em Direito em Lisboa, onde morreria, escreveu vários sonetos, dos quais transcrevo o seguinte:
 
A Deus em nossas preces exultemos:
D'Ele dimana o sol do eterno dia!
Para que andar, de noite, à ventania,
Num vil batel sem velas e sem remos?
 

 
A Deus as nossas almas levantemos,
Porque Deus é a Verdade que extasia!
Feliz de quem, na hora da agonia,
Goza da Sua luz os dons supremos!
 
Pudesse a minha sombra dolorida,
Sob o influxo de Deus, bem merecer
As graças celestiais duma outra vida!
 
Ah, pudéssemos nós, meus bons irmãos,
Esta existência mísera esquecer!
Ah, soubéssemos nós erguer as mãos!

 
Não te esqueças que Jesus nasceu num presépio,  e de nada fez-se tudo

FELIZ ANO NOVO!
Joaquim Reis

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