LIVRE PARA MORRER
1.- Plagiando um texto de Paul Krugman, colunista do “New York Times”
Nos anos 80, quando os EUA fizeram sua virada à direita, Milton Friedman, na série TV que ficou famosa: “Livre para escolher”, este
economista identificava a economia do laissez faire com a escolha pessoal e poder de acção, visão optimista amplificada por Ronald Reagan.
Mas isso foi há trinta anos.
Há dias, num debate televisivo entre os candidatos republicanos, o moderador, Wolf Blitzer da CNN, perguntou ao pré-candidato e
deputado Ron Paul, o que ele faria se um homem, sem plano de saúde, de repente necessitasse de tratamento intensivo. Ron Paul respondeu: “É disso que se trata, a liberdade; enfrentar seus próprios riscos.”
Blitzer perguntou: “A sociedade deveria apenas deixá-lo morrer?” E o auditório começou a gritar: “YES”.
Com o auditório aos gritos, Ron Paul quis amenizar o problema dizendo que sempre haveria indivíduos e médicos generosos que
garantiriam a assistência adequada! Isto significa, para os republicanos conservadores, que os que não podem ter seguro-saúde morram por falta de tratamento? A história recente, actual, mostra-nos que a resposta é “SIM!”
No dia seguinte ao debate foram divulgados os últimos números sobre renda, pobreza e seguro-saúde: a economia fraca continua a fazer
estragos na vida dos americanos. Só um ponto melhorou: a assistência a crianças sem seguro tinha melhorado, graças a um programa já do Obama, “Children’s Health Insurance”. Não havia melhorado mais porque antes, o tal Bush, bloqueara a tentativa de abranger mais crianças, com o aplauso da direita!
No passado, os conservadores aceitavam que o governo providenciasse uma rede social de segurança, por motivos humanitários, conforme Friedrich Hayek, que declarou em “The Road to Serfdom”(“O caminho da servidão”) seu apoio a um “abrangente sistema de seguro social para proteger os cidadãos dos perigos da vida.” Citou especialmente a saúde.
Os planos de saúde propostos por Obama baseiam-se assim em anteriores iniciativas dos republicanos, que agora acham que a assistência aos menos favorecidos já não é prioridade, pior ainda, que lhes pode sair do bolso.
A liberdade, tão apregoada pelos extremistas republicanos, que ainda há pouco usavam a lei de Lynch e a KKK para liquidar as minorias mais fracas, de quem afinal tinham medo, hoje pode-se traduzir, conforme o jornalista Paul Krugman, por “Livre para Morrer”!
2.- Mais um comentário plagiado de outro texto do senador Francisco Dornelles
Uma das grandes lutas do “sapo barbudo”o tal lula, no tempo em que ele era o porta voz chefe dos contras, era a derrubada da CPMF, que, segundo ele, considerava um abuso sobre o bolso do contribuinte, uma “contribuição provisória”, mas que só terminou quase no fim do seu (des)governo de oito anos.
O mesmo (des)governo actual quer ressuscitar mais uma vez o assalto ao bolso do povo, povo este que paga impostos como nos países nórdicos e tem estrutura social como na Serra Leoa ou Mali!
Mas, escreveu o senador: No interior de Minas Gerais, nos últimos 40 anos existia um curandeiro nas mãos de quem ninguém morria de
tuberculose.
Médicos de Belo Horizonte deslocaram-se ao interior do Estado perguntando ao curandeiro que medida ele adoptava para ninguém morrer de tuberculose. “Quando vejo que alguém vai morrer, eu mudo o nome da doença.”
Genial. Essa mesma genialidade quer o actual (des)governo utilizar para voltar com mais um imposto, exactamente igual ao anterior só
que... mudando-lhe o nome!
Lembra aquela velha piada dum homem que se chamava João Mer#*$da. Chegado a adulto requereu ao tribunal mudança de nome, ao que o juiz prontamente atendeu, perguntando-lhe como queria chamar-se? António Mer#*$da!
Moral das duas histórias: o povo, os que votam, e sobretudo os que pagam, além de estarem numa mer*#*da, estão livres para morrer!
Assim evolui a humanidade. Humanidade???
Rio de Janeiro, 18/09/2011