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A bem da Nação

A nova equipa na Agricultura – 1

 (*)

 

Depois de vários anos a ser destruída pelos governos – com o máximo de intensidade dessa destruição durante o primeiro governo de Sócrates – a agricultura vê, com o novo governo, o Ministério da Agricultura com uma equipa totalmente nova. Dadas as referências feitas à importância da agricultura durante a campanha eleitoral, pode haver alguma esperança de que o novo governo inverta totalmente a criminosa destruição efectuada até agora e que é em parte responsável pelo estado miserável da nossa economia e das nossas finanças, com o alto défice e a dívida colossal.

 

Sobre o que vai suceder só poderemos ter uma ideia precisa quando se iniciarem os actos de governação. Para já, apenas temos o que está escrito no Programa do XIX Governo, sobre o qual me permito elaborar alguns considerandos.

 

Começarei por referir uma frase, aliás anterior ao capítulo dedicado à agricultura, mas que pode ter grande importância para o sector: "Revitalização dos laboratórios do Estado das áreas industriais e agro-industriais".

 

Está há anos em vigor em Portugal uma lei, não escrita mas religiosamente seguida, que manda destruir toda a investigação científica do Estado que não seja das universidades. Só pode ter sido originada por alguns medíocres que também existem e eu, como professor universitário não o posso tolerar, como já o declarei publicamente. Com base nessa lei, muito já se destruiu, sem tal ser
declarado, mas com pretextos falsos e mais que hipócritas. Dum escrito publicado em 2003 permito-me transcrever:

"Quando a Laboratórios do Estado, com grande curriculum científico e grandes contribuições para o progresso do País, se reduz o seu pessoal; se lhes cortam os meios de trabalho (chegando ao cúmulo dos cúmulos de suprimir a assinatura de quase todas as revistas científicas!); quando se nomeiam chefias de escassos curricula e capacidades ou que para ali vão para que a instituição não progrida, numa espantosa inversão de valores; quando os ministros e secretários de Estado que os tutelam (de várias cores políticas) ostensivamente fazem por "esquecer" que eles existem; quando se desviam verbas avultadas a eles destinadas, para fazer outros laboratórios a quem se dá tudo e mais alguma coisa e depois se entregam, em comodato, a outro ministério; quando avaliações externas, encomendadas pelos governos denunciam erros (aliás elementares!) e esses mesmos governos, em vez de os corrigirem, os agravam enormemente, será possível "responder a desafios", a que, aliás, antes deste "excelente tratamento" muito bem respondiam? Tais actos de destruição custaram ao País fortunas fabulosas e as consequências são continuarmos a ser um país pobrezinho e na cauda da Europa."

 

Se aquela frase do Programa do governo significar o fim dessa destruição e o início da sua reconstrução – tão necessária ao futuro do país! - considero que o governo está no caminho certo e poderemos ter esperança de que os sectores afectados, a agricultura e outros, passarão a dar à nossa economia uma muito maior contribuição.

 

 Miguel Mota

 

Publicado no Linhas de Elvas de 7 de Julho de 2011 a 15 de Setembro de 2011

 

(*)http://www.google.pt/imgres?q=investiga%C3%A7%C3%A3o%2Bagron%C3%B3mica&um=1&hl=pt-PT&sa=N&biw=1024&bih=735&tbm=isch&tbnid=f5HPaleWEsz0oM:&imgrefurl=http://www.isa.utl.pt/home/node/777&docid=iJALeWifftaUoM&imgurl=http://www.isa.utl.pt/files/pub/fotos/agronomica.jpg&w=231&h=173&ei=T2LVTvi7JIfe8QO1xLiVAg&zoom=1&iact=hc&vpx=375&vpy=343&dur=2121&hovh=138&hovw=184&tx=115&ty=69&sig=108364103958560163334&page=7&tbnh=138&tbnw=184&start=96&ndsp=14&ved=1t:429,r:1,s:96

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