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A bem da Nação

Turismo, oportunidades e promoção

 

A leitura da descrição do debate, portanto das declarações dos vários participantes nele, organizado pelo DN sobre o turismo motivou-me a produzir esta intervenção, pois sendo esta uma atividade económica essencial para o desenvolvimento de Portugal, continua a verificar-se a existência de preconceitos e incompreensões que têm vindo a atrasar o seu crescimento em quantidade e em qualidade e assim diminuir substancialmente os tão necessários novos postos de trabalho.

 

Este ano houve mais receitas, principalmente porque alguns destinos concorrentes tiveram problemas que nos foram favoráveis. Mas continuamos a ter taxa de sazonalidade elevada, desemprego preocupante e muitos projectos parados.

 

Convém por isso, antes de iniciar os comentários atrás anunciados, recordar a definição de turismo, que uso desde 1973, quando tive que aprofundar os meus conhecimentos em gestão hoteleira e em turismo para proceder à transformação do navio Funchal de transportador para cruzeiros. E que é: atividade económica sistémica e global cuja função distribuição, ao contrário da maioria das outras, consiste em trazer o cliente ao produto.

 

Donde a definição de produto turístico ser essencial para se estabelecer uma estratégia nacional eficiente tanto quanto a definição do cliente alvo.

 

A partir daqui há que definir que promoção se deve fazer, mas antes também é preciso ter em conta que esta palavra tem dois significados que não podem ser separados, como tantas vezes tem acontecido, pois o primeiro é subir o nível de qualidade do produto, para poder ter acesso a melhor clientela, e o segundo consiste em dar a conhecer a esta clientela potencial a sua existência de forma motivante.

 

Ora as componentes deste produto dividem-se em dois grupos a saber: as motivantes de primeira ordem de que o golf é um exemplo e as acessórias que funcionam por defeito, isto é, a sua inexistência poderá anular o valor da motivação primária, como acontece com os cuidados de saúde, com a segurança do trânsito automóvel, etc.

 

Por outro lado, como atividade económica, o turismo deve privilegiar as atividades que propiciem o máximo valor acrescentado, o que implica maximizar os consumos de origem nacional e, além disto, só recorrer a capitais estrangeiros quando isto for essencial para atrair clientes de elevado valor pois, doutra forma, se assim não for, tornar-nos-emos numa colónia como está a acontecer com o Algarve com a participação activa de alguns autarcas, a quem se poderia chamar neo-autocolonialistas, pois conseguiram em poucos anos destruir o comércio local em benefício dos grandes centros comerciais e ainda por cima a maioria dos equipamentos hoteleiros também pertence a proprietários exteriores.

 

(*)

Náutica de recreio

 

Outro erro frequente da promoção publicitária é gastar verbas importantes em festivais ou espetáculos durante a época do Verão, correspondente ao Sol e Praia, sem estar provado que isto tenha alguma influência nas receitas e em compensação pouco ou nada se tem feito para reduzir a alta taxa de sazonalidade, esquecendo o turista de Inverno, desde que se promova, isto é, se intensifiquem as atividades primárias e acessórias que motivem clientes a virem durante a actual época baixa, como é o caso da náutica de recreio, da caça e da pesca, da criação artística propiciada pela luz excepcional e  em especial da enorme capacidade do Sotavento Algarvio por explorar quanto às atividades náuticas.

 

Ainda há umas semanas atrás um prospetco promocional do Algarve não tinha qualquer referência a actividades náuticas. O que é de facto tão espantoso quanto deplorável, quando até o Presidente da República já vem defendendo o retorno ao Mar.

 

Aliás o abandono a que tem estado sujeito o Estuário do Tejo e o próprio rio é também causa da perda de alguns milhares de postos de trabalho, e tão grave ou ainda mais grave que isso, é a contribuição activa que tem sido dada para o afastamento da nossa população das actividades náuticas, que estar a pôr em perigo todos os esforços para Portugal ter o controlo das zonas do Oceano Atlântico, que por direito serão nossas se tivermos quem saiba e queira dedicar-se à Marinha, pois sem pessoas preparadas e motivadas nada se faz.

 

Lisboa, 4 de Outubro de 2011

 

 José Carlos Gonçalves Viana

 

Publicado no DN de 9 de Novembro de 2011

 

(*) http://www.google.pt/imgres?q=n%C3%A1utica%2Bde%2Brecreio&um=1&hl=pt-PT&sa=N&biw=1024&bih=753&tbm=isch&tbnid=ueraWvLZg84TpM:&imgrefurl=http://portugalpromar.blogspot.com/2009/06/nucleo-de-nautica-de-recreio-do-seixal.html&docid=TzT9bptrzhTmJM&imgurl=https://1.bp.blogspot.com/_patOguVf4D4/SjgSrM0GGrI/AAAAAAAAABw/AimuwV9CHjI/s320/DSCF5236.JPG&w=320&h=240&ei=ivy7TombAsn2sgbO5dgx&zoom=1&iact=hc&vpx=504&vpy=283&dur=2432&hovh=192&hovw=256&tx=114&ty=94&sig=108364103958560163334&page=3&tbnh=160&tbnw=241&start=32&ndsp=12&ved=1t:429,r:6,s:32

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