HUNGRIA
(*)
Budapest, 1956
A 25 de Abril de 2011, o Presidente da Hungria assinou a nova Constituição que o Parlamento húngaro por esmagadora maioria, aprovou.
Ao contrário de outras nações europeias, que votaram na auto-destruição física e moral, a Hungria, com esta nova Constituição “optou por reafirmar a sua identidade nacional”. Assim, nesta Constituição, o povo húngaro, entre outros valores, destaca os valores da nação, religião, vida, dignidade, família e propriedade.
Como uma verdadeira Fénix, a Hungria faz renascer todos os valores cristãos da velha Europa! A bandeira húngara volta a ter de novo a coroa de Santo Estêvão.
Santo Estêvão (997-1038), orgulho do povo húngaro, foi o fundador do Reino Católico da Hungria. Com coroa de ouro cravejada de pedras preciosas, oferta do Papa Silvestre II (999-1003), primeiro Papa francês, Santo Estêvão foi coroado no último ano do século X (ano 1.000) e canonizado em 1083 por S. Gregório VII (1073-1086).
Os húngaros ou magiares, povo nómada, tem a sua origem nas margens do rio Volga nos montes Urais. No século V começa a sua migração para sul, no século IX instalam-se na bacia dos Cárpatos, região da antiga Província romana da Panônia.
Sob o domínio soviético entre 1949 e 1989 (40 anos), a Hungria foi o primeiro país da cortina de ferro a sublevar-se com determinação.
Em Outubro de 1956, estudantes universitários, a que se juntaram operários, intelectuais e militares revoltam-se, pondo Nagy no poder. O general Paul Maleter chefia os revoltosos. Estátua de Stálin e símbolos do comunismo são destruídos.
Pela rádio os húngaros pedem ajuda ao Ocidente.
Aguardando a reacção do Ocidente, tropas soviéticas estacionadas na Hungria retiram para a fronteira. Em simulacro de boa vontade os russos propõem conversações.
Nagy e Paul Maleter ao aceitarem o encontro, assinam a sua sentença. Com a maior deslealdade e cobardia, toda a missão húngara foi presa e fuzilada.
O Ocidente não ajudou! Limitou-se a incitar a revolta!
Miseravelmente, a Hungria ficou esquecida. Assistiu-se assim, a um dos mais tristes e dolorosos episódios da História, após a segunda Guerra Mundial.
Centenas de milhares de húngaros, após uma resistência heróica ou fugiram para o Ocidente ou foram fuzilados.
Os países ocidentais estavam noutra.
Na mesma data, decorriam os Jogos Olímpicos em Melbourne.
Na mesma data, em confronto com Nasser que nacionaliza o Canal do Suez, (inaugurado pelo francês Lesseps em 1869), franceses e ingleses são lançados de pára-quedas sobre Port-Said, enquanto israelitas avançam por terra. Travados pela O.N.U. e pelos americanos (!), tudo lhes saí furado. Barcos afundados intencionalmente pelos egípcios entopem o Canal. Petroleiros voltam a fazer a velha rota do Cabo!
Com esta Constituição, a Hungria dá uma lição á Europa.
Uma Europa decadente, adormecida em relação aos verdadeiros valores cristãos.
10 de Junho de 2011
Fernando Mascarenhas Cassiano Neves