POSTAIS ILUSTRADOS L
(*)
Libertação do influxo diabólico
Requiem por um sonho. Um País à deriva…
“Convém não perder de vista o essencial.”
A. Palhinha Machado, do artigo sob o título
“DA MÁQUINA PARA O HOSPÍCIO – XV”,
Blogue, “A Bem da Nação”,
14 de Dezembro de 2011
“Rapaz, aquilo que começou com flores,
vai acabar mal. Apareceram, de repente,
do nada, muitos “antifascistas encartados”
e “democratas de pincel”...
O desenvolvimento, acartado pelo progresso
inevitável, trará sofrimento e desumanidade,
se for feito sem controlo e por oportunistas
incompetentes.”
Pio Santiago
Eis a grande máxima que, este autor de textos literários, o Dr. Palhinha Machado, nos recorda: “não perder de vista o essencial”. Mas, não há volta a dar-lhe: estamos perdidos!
“Remoem hoje, amanhã, sempre, as mesmas palavras vulgares, para não pronunciarem as palavras definitivas.” (1)
Estamos perdidos! A nós, como Povo, não nos dizem coisa alguma em definitivo, nem nós temos a coragem de exigir e tomar decisões definitivas.
Os adiamentos, os atrasos das decisões essenciais, resultam numa catarse silenciosa e o cheiro pútrido dos gases do sistema político, assalta-nos as narinas.
“Aqui não andam só os vivos - andam também os mortos… todos os dias os mortos se misturam à nossa vida” (2)
Passámos ao estado vergonhoso da incúria pública e indeterminada por haver responsabilidades e responsáveis sem rosto que vivem da burocracia e da tecnocracia, (irmãs gémeas), que alimentam os incompetentes que vivificam nos serviços públicos e são protegidos pela classe política em troca de um voto miserável, oportunista e sandeu. Refiro-me ao caso dos idosos encontrados nas suas casas já cadáveres. É necessário um produto natural para depurar, aquele produto natural que elimina as gorduras… O Estado está gordo e engorda muita gente…
E o tal produto depurante, bem podia ser aquele rasgo popular bem português de 1640! Venham as fiandeiras do Porto com as maçarocas e as pedras, para alertar o Estado, este Ente gastador descontrolado, indisciplinado e alheio às dificuldades concretas do Povo, submetendo-o a taxas, entre Ministérios e Autarquias, que se duplicam todos os dias, apesar de tal prática ser inconstitucional…
Restauremos o 25 de Abril de 1974, mas, desta vez, com saneamentos sérios dos comprovadamente corruptos, não saneamentos ideológicos, nem manipulados por votações de braço no ar, (todos temos direito à Liberdade de Pensamento conquistada pelos Militares de Abril e ao segredo do voto.). Usando as maçarocas das fiandeiras do Porto, mocas de Rio Maior e paus de Trás-os-Montes, manuseados por pauliteiros competentes, podemos restaurar a Democracia, a verdadeira, a única tolerável, com Partidos, mas sem ditadura partidocrática.
Exijamos a presença e estimulemos a presença de políticos novos, inteligentes e honestos para conduzirem o país e estabeleçamos, logo à partida, a seguinte regra: “Quem estiver em lugares públicos de desempenho político mais de 25 anos, reforma-se e dá lugar a outros”. Uma sugestão aos Ministros do Trabalho e Segurança Social e da Administração Interna: Srs. Ministros, V. Exas. criam uma pareceria com as Autarquias e põem esta gente a trabalhar como voluntários em equipas de contacto de proximidade a apoiar os idosos solitários e, em resultado, chamam à responsabilidade os familiares directos pelo acompanhamento dos seus velhos, propondo a criação, no ordenamento penal português, da figura do crime de abandono de familiar idoso. Se o Sr. Primeiro-Ministro quiser até faço o texto do artigo e não cobro nada por isso.
Como escreveu Mário Crespo, esta gente deve-me muito dinheiro. É altura de pagar, saindo da vida pública política da engorda e passando ao trabalho voluntário a bem da comunidade. Se os Srs. Ministros não sabem fazer isso, eu apresento um esquema em projecto ao Sr. Primeiro-Ministro, com exemplos e tudo, e faço de graça.
O essencial é não perder o essencial de vista, para não virmos amanhã a cantar uma missa de defunto ao sonho de 1974 e podermos regressar conscientemente à rota do caminho marítimo para a Democracia.
Isto que agora temos é que é coisa nenhuma…
Fico-me, por aqui, deixando-vos com Winston Churchill: “Os homens tropeçam por vezes na verdade, mas a maior parte torna a levantar-se e continua depressa o seu caminho, como se nada tivesse acontecido.”
Luís Santiago