ARTE E LUSITANO
Autor: Pedro Yglésias de Oliveira
Edição: do Autor
A equitação é um acto de cultura.
É claro que me refiro à vertente erudita da equitação. Desprezo a boçalidade que traz a rudeza directamente associada; não me refiro sequer à equitação com intuitos competitivos. Optei há muito pela equitação de prazer e este só se alcança com um cavalo não stressado, descontraído, calmo, direito, ligeiro e para diante.
E a partir do círculo e da espádua-a-dentro, eis que nasce a harmonia, cresce a impulsão, o andamento se faz voluntário e o cavalo exibe o gosto de viver. E quando isto acontece, o cavaleiro tem todos os motivos para se considerar feliz. Esta, a felicidade que dá prazer; esta a equitação que aprecio.
Eis a equitação que também Pedro Yglésias de Oliveira pratica numa elevação rara. E foi esse prazer tão seu conhecido que captou na objectiva que apontou aos felizes que apreciam e praticam a equitação erudita.
O livro é todo ele um acto admirável de cultura associando a docilidade e dinâmica do cavalo lusitano à elegância do seu ensino, sempre exibindo o discreto charme do cavaleiro que oferece todo o brilho do espectáculo ao seu melhor amigo, o cavalo.
Da arte equestre tradicional à equitação moderna de inspiração olímpica, eis um leque de opções em que o nosso cavalo se aplica confortavelmente e faz subir bem alto o nome de Portugal.
Mas Pedro Yglésias de Oliveira foi mais longe fotografando cenas equestres de grande finura sobre fundo composto de cenário apropriado, tudo num conjunto absolutamente admirável que fica para sempre como uma obra de arte inovadora.
E para quem tenha o livro entre mãos, daqui sugiro que aprecie, por exemplo, a serena beleza da levada clássica do «Hircinio» montado por Nuno Cavaco na página 21 e o gentil plie à direita do galope do «Verdilhão» montado por Joana Serra Lopes na página 81. E tantas mais imagens poderia referir...
Só um grande fotógrafo sabendo muito de equitação seria capaz de captar estas imagens. Felizmente temo-lo bem perto de nós, é português e é nosso amigo: Pedro Yglésias de Oliveira.
Obrigado!
Henrique Salles da Fonseca