VAMOS TOMAR UM CHÁ?
Bule de Chá (Dinastia Qing)
Fonte: O livro do Chá (J. Duarte Amaral)
Escalda-se o bule de preferência de porcelana, cerâmica vitrificada ou vidro. Note: o bule deve ser limpo com água e rodelas de limão, nunca use detergente! E deve ser usado sempre para esse mesmo fim: fazer o chá.
Deita-se uma colher de chá ou um saquinho (de musselina) por chávena no bule. Evite as saquetas de papel que podem liberar com o calor substancias tóxicas que fazem mal à saúde.
Deitar água filtrada bem quente, quase a ferver, sobre as folhas de chá que estão no separador. Abafa-se e deixa-se em infusão por 3 minutos (chá preto). Retira-se as folhas para não dar gosto de cozidas ou passa-se no coador para servir.
Deve-se evitar adoçar para não alterar o gosto do chá ou então usar mel. Consumir até dez minutos, em chávena de porcelana previamente escaldada, para aproveitar o aroma e as propriedades benéficas do liquido.
Como o chocolate e o café, o chá, bebida universalmente difundida, é apreciada pelas suas propriedades aromáticas, palatáveis e salutares há mais de quatro mil anos. Entre nós, quando oferecida, é sinal de bom gosto e hospitalidade. Originário das montanhas do sudeste da Ásia, planta da família das camélias, ritualizada na China, Japão e Índia, na Europa chega a ser usado até como remédio. Apesar de algumas controvérsias, segundo o Livro do Chá ( J. Duarte Amaral), na Inglaterra tomar chá à tarde acompanhado de bolinhos é hábito nacional introduzido em 1662 por D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal e esposa do rei Carlos II da Inglaterra.
D. Catarina de Bragança (pintura a óleo)
Museu dos Coches, Lisboa
Fonte da foto: O Livro do Chá (J. Duarte Amaral)
Depois de colhido, as folhas emurchecidas e processadas (enroladas, fermentadas, secas e embaladas) transformam a clorofila em teofilina responsável pela cor castanho escura do chá preto. Comercializado em folhas e saquinhos é consumido no mundo inteiro. Na composição do chá há uma gama enorme de substâncias que lhe dão diversificadas propriedades. Além da teobromina, consagrado bronco dilatador, tem xantina, alcalóide semelhante à cafeína, ácidos amino-orgânicos, saponinas, polifenóis anti-oxidantes, sais minerais, lipídios, flúor, ácidos graxos, carotenóides, e polissacarídios voláteis responsáveis pelo aroma. Essa rica composição possibilita efeitos como:
-Alivia dores de cabeça, cólicas e vertigens.
- Combate a fadiga física e mental.
-“Purifica” estômago e fígado
-Estimula a função digestiva, renal e cerebral
-Activa a memória
-Facilita a diurese
-Mitiga a sede -Tem capacidade protectora antioxidante
-Previne cáries dentárias (quanto usado em bochechos após as refeições)
-Acelera a digestão e o metabolismo do colesterol
-Diminui a incidência da hipertensão arterial (não tem cloreto de sódio)
-Estimula a recuperação de doentes
-Inibe a produção intestinal de numerosas substâncias cancerígenas
-Ajuda a emagrecer
-Previne a formação de cálculos renais
-Combate o mau hálito principalmente na ingestão de alho, cebola e bebidas alcoólicas.
-Sem açúcar, é a bebida ideal para os obesos.
Em uso tópico ou local, foi usado como anti-micótico nos pés, acalma as irritações de pele. Dá brilho aos cabelos quando usado para enxaguá-los. Em compressas embebidas de chá ajuda a aliviar olheiras quando os olhos estão cansados. Mantém as cores dos tecidos. Pode ser usado para adubar plantas. No Oriente, dá até prognósticos para o futuro, quando as folhas se depositam no fundo da chávena, permitindo uma interpretação pelo adivinho.
“Uma chávena de chá por dia ou mais livra-te de ir parar nos hospitais; Uma chávena de chá por dia mantém a doença arredia!”Diziam os ingleses e americanos defendendo o seu produto. Com tantas qualidades, eu te proponho: Vamos tomar chá?
Maria Eduarda Fagundes
Uberaba, 10 de Outubro de 2010
Dados: O Livro do Chá (J. Duarte Amaral)